domingo, 16 de outubro de 2011

Aqui se faz aqui se paga?


QUANDO VOCÊ TEM ALGUM TIPO DE PODER NAS MÃOS E FICA ORDENANDO QUE SUBORDINADOS SEUS PEGUEM UM SIMPLES COPO DE ÁGUA, VOCÊ JÁ PENSOU SE ISTO É CERTO OU NÃO? O PODER ILUDE AS PESSOAS E NA MAIORIA DAS VEZES QUANDO ELAS SE DEFRONTAM COM A REALIDADE JÁ É TARDE.

Imperador Galério Maximiniano:
Aqui se faz aqui se paga?


Os tempos mudaram, mas infelizmente temos no mundo e principalmente no Brasil pessoas que ainda raciocinam pela lógica de um passado não muito distante. A expressiva melhora nas condições de vida de milhões de brasileiros, que saíram da miséria e ascenderam as classes médias está tendo como uma de suas principais conseqüências um crescimento expressivo também no nível de conscientização das pessoas sobre seus direitos e a condição de cidadania, uma imensa maioria já não aceita mais nenhum tipo de humilhação..

Isso é muito importante exatamente porque o Brasil, assim como a maioria do mundo, tem origem histórica em sociedades dominadas por oligarquias oriundas da dominação pela escravidão e a servidão. Mesmo o fim oficial da escravidão no Brasil, no final do século XIX, não representou termino da influencia autoritária dessas oligarquias.

De muitas formas e principalmente ideologicamente, a dominação continua até hoje no dia a dia das pessoas. Um fato simples que elucida isso é a mania que percebemos no cotidiano de pessoas que acumulam algum tipo de poder, mesmo que seja um mínimo, como por exemplo, um simples chefe, de passar a mandar subordinados diretos ou pessoas que eles querem que se subordinem a eles irem fazer coisas para eles, como por exemplo, buscar um copo de água ou atender um telefone, no que se configura como um tipo de dominação que força a submissão pública.

Isso hoje não nada mais é do que um assédio moral. Quem diria que estas formas de dominação tão comuns no passado, hoje, seriam consideradas politicamente incorretas?

Felizmente estamos caminhando para uma situação em que as pessoas, que ainda imaginam que podem submeter outras pessoas através de humilhações públicas estão sendo relegadas a um grupo cada mais ínfimo, que tende a desaparecer no futuro. Temos uma caminhada longa até uma realidade diferente, mas chegaremos lá, graças a Deus.

A poucos dias postei um texto sobre a tirania e a traição neste blog,http://flavioluizsartori.blogspot.com/2011/10/historia-mostra-que-tirania-gera.html, e recebi do blogueiro Paulo Nery, http://articlesfilmesantigosclub.blogspot.com/ , o seguinte comentário:

Sentimentos negativos geram sentimentos negativos. A História comprova não somente este caso, mas vários outros cujo sentimento de posse, de poder, e de vingança herdaram fins indescritíveis para estes homens e mulheres.

Um exemplo bem claro sobre isso, e bem documentado, foram os imperadores romanos que perseguiram os cristãos. Todos eles tiveram fins violentos. O Imperador Galério Maximiniano (Gaius Galerius Valerius Maximianus- Governou de 305 a 311), um dos últimos perseguidores dos cristãos e que derrubou outro perseguidor imperador no Poder, Diocleciano (que era seu sogro), teve uma morte cruenta, não pela mão de inimigos, mas por sua própria ganância e vida desregrada. Morreu de uma doença que foi consumindo seu órgão genital, e foi se espalhando em outros. A fonte que li a respeito não menciona o nome da doença, mas creio eu que poderia se tratar de uma sífilis, mal este que matava muito nos áureos tempos.

Segundo Tito Casini, no livro "Perseguidores e Mártires", o imperador já era um "cadáver vivo e putrefático" do tão mal odor que exilava no palácio, e no fim da vida, ele decretou o fim da perseguição na província balcânica (onde ele imperava) e ainda pediu a benevolência dos cristãos para "rezar por ele". Segundo ainda o autor, isto teria desagradado mais os cristãos do que as perseguições, e quanto ao sofrimento de Galério, sob dores atrozes, nenhum cristão que ele mandou torturar teria gritado tanto quanto ele em seu leito de morte.

Acho que é isso que dizem: aqui se faz, aqui se paga, e infelizmente, apesar de toda evolução no teor científico e tecnológico, o Homem ainda não aprendeu a amar seu semelhante, a se educar, e a respeitar, e todo sentimento de tirania independe de classe social ou escolaridade.

Caros pseudo-s dominadores, guardem bem este relato e todas vezes que tiverem seus ímpetos autoritários, por menores que sejam, lembram-se dele.

Conclusão, por vezes nos iludimos com o poder que nos remete a falsa ilusão de que tudo se pode.  Porem, na realidade, o que devemos refletir é o fato de que se algum tipo de poder vem para nossas mãos, talvez seja para que sejamos testados sobre nosso desempenho. O correto é pensarmos que o destino (Deus) quer saber de nós, dentro do nosso livre arbítrio, se estamos realmente preparados para o poder, para usar ele para o bem.


Flavio Luiz Sartori

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