“Em meio à inhaca do noticiário de celebridades nestes dias de Carnaval, enquanto Kadafi balança mas não cai, sobrou espaço para a exótica, extemporânea e esdrúxula criação de um novo partido político para se juntar aos 22 espécimes já representados na Câmara Federal.
É o tal de Partido Democrático do Brasil, como se os outros não fossem nem democráticos nem brasileiros, uma criação do prefeito de São Paulo, o demotucano Gilberto Kassab, discípulo de Maluf, Pitta e Serra, pela ordem, um político da província, que até outro dia nem tinha vida própria.
Faz meses que o nome do prefeito paulistano só aparece no noticiário associado à criação do novo partido, enquanto a cidade sofre toda ordem de flagelos, a começar pelas enchentes que se tornaram quase diárias.
Até aqui, só se falou de nomes de demos que podem seguir Kassab rumo ao novo partido, mas nenhuma palavra sobre programa, projetos para o país, propostas para melhorar a vida dos eleitores.
É tudo estranho, muito esquisito, como se um desses blocos de rua que pipocam no Rio de Janeiro resolvesse entrar, sem pedir licença, no meio do desfile das grandes escolas no Sambódromo
Sem espaço na aliança que o elegeu para ousar vôos maiores, como o governo do Estado, em 2014, e sem voz no comando do DEM, que ficou com os Maia e os ACM da vida, Kassab simplesmente resolveu criar um novo partido, já que a legislação não permite que ele procure abrigo em outro já existente.”
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