Quinze anos de governos tucanos medíocres.
Três anos de um governo estadual que se notabiliza por mandar vender banana a quilo.
Cinco anos de sucateamento da infra-estrutura da maior cidade do país.
Oito anos de atraso no Governo do Farol de Alexandria.
Sete anos sem botar a mão no Governo Federal.
Sete anos de intervenção do Governo Federal na economia, no Nordeste e na ascensão da classe média.
Aceleração da irrelevância do PiG (*) paulista.
Todas essas reflexões surgiram com a descoberta sensacional do PiG(*) de São Paulo: Eike Batista existe.
A Folha (**) e o Estadão publicam hoje copiosas entrevistas com um minerador que, por enquanto, foi capaz de vender espuma.
Mas Eike diz uma coisa interessante: diz que os investimentos dele tem a função de provocar MPI: ou seja, Matar Paulista de Inveja.
São Paulo ainda não se deu conta de que a locomotiva mudou de lugar.
Foi para muitos lugares.
Acompanhe, amigo navegante, o novo trajeto que a locomotiva faz, fora de São Paulo:
A Petrobrás e o pré-sal.
A construção de sondas, navios, plataformas.
A nova petroquímica, induzida pela Petrobrás e com a Odebrecht (da Bahia) na liderança.
A nova Vale, já que Roger Agnelli e sua diretoria tucana tem tanta chance de ficar quanto o Ronaldo de voltar à seleção.
A ação agressiva dos bancos públicos, que pegaram os bancos privados paulistas atolados na poça da crise criada pela urubóloga Miriam Leitão.
A pressão do Santander, fora do nicho bancário tradicional.
A ação do carioca André Esteves, que deve desempenhar papel fundamental no crescimento das empresas brasileiras através da Bolsa.
As obras do PAC, que levam investimentos maciços em infra-estrutura, de variadas características, para fora de São Paulo, inclusive ao Norte.
O agronegócio, que se expande em Santa Catarina, com a Brasil Foods e, em Goiás, com a Friboi.
A explosão dos Mato Grosso, Goiás, Tocantins.
A expansão acelerada do Nordeste – já é o segundo maior mercado consumidor do país, na frente do Sul -, movida a emprego, salário mínimo com aumento real, e Bolsa Família.
Leia no Estadão, na pág. B8, “Nordeste cresceu quando o país parou”
A banqueirização dos pobres, que passaram a ir ao banco para se endividar e comprar.
A revolução na indústria imobiliária, que vai vender imóveis de 50m2 à nova classe média.
E isso terá que se dar, em boa parte, fora da cidade de São Paulo, porque São Paulo não tem infra-estrutura, não tem metrô, escola nem hospital para abrigar mais moradias longe do local de trabalho.
A Copa do Mundo sem São Paulo, porque o estado mais rico da Federação não conseguiu construir um estádio de futebol que preste.
A Olimpíada do Rio, que, como diz o Independent, da Inglaterra, é o “icing on the cake”, é a sopa no mel de uma sequência de investimentos federais para recuperar o Rio.
Um dia, os paulistas vão acordar e se perguntar: meu, cadê a locomotiva que estava aqui ?
E vão esperar o iFHC, o Instituto do Farol de Alexandria produzir uma monografia, com prefácio do “economista competente”, para botar a culpa na Marta.
Ninguém manda ter 15 anos de coronelismo tucano.
Paulo Henrique Amorim
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