Foto: Roberto Moreyra / Extra |
O pior da chacina que fuzilou cinco jovens no Rio de Janeiro é o silêncio cínico e omisso daqueles que vivem defendendo que “bandido bom, é bandido morto”.
Onde eles estão agora? Se solidarizam com as vítimas? Ao menos vão ao enterro? Se colocam no lugar de seus pais?
É inevitável que a assimilação deste discurso resulte em tragédias como esta.
Os jovens comemoravam o primeiro salário de um deles, que tinha apenas 16 anos e já começara a trabalhar; outro, com 20 anos, estava completando o curso de administração agora em dezembro (destaque-se que para se formar com 20 anos de idade é preciso seguir os estudos de maneira bem precisa).
Na verdade, os policiais dispararam, e pelo feito devem ser duramente condenados, mas os autores intelectuais destes crimes é a escumalha que vive pedindo a morte de bandidos, sem direito ao devido processo legal, julgamento e defesa.
Em resumo, aos ignorantes que acham que a barbárie se resolve com mais barbárie – e não com justiça.
Aqueles que dizem “Tá com dó de bandido? Leva pra casa!”, deveriam agora levar em conta que os pais daqueles cinco rapazes não poderão levar seus filhos pra casa, pois foram transformados por esta sociedade hipócrita e covarde em cadáveres; não o levarão pra casa, porque a casa deles definitivamente agora é o chão.
Que a terra lhes seja leve.
Comentário
Fui advertido por um leitor que na verdade o jovem não se formava no curso superior de administração, mas sim no curso técnico de administração.
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