“O monitoramento pode ser uma tarefa quase impossível, mas podemos conseguir isso com o envolvimento de cidadãos do mundo, que vão a ser nossos parceiros fundamentais na luta contra o discurso do ódio”, afirma a subsecretária do Departamento de Informação Pública da ONU, Cristina Gallach.
Um evento na sede da ONU, em Nova York, deu início à campanha contra os discursos de ódio, xenofobia, preconceito e extremismo nesta quarta-feira (02/12/15). O encontro reforçou o uso de redes sociais como ferramentas de propagação. A subsecretária do Departamento de Informação Pública da ONU, Cristina Gallach, relembrou o atentado de Paris como um exemplo de atos que nascem de discursos de ódio.
“Nós temos um grande problema em nossas mãos”, disse Gallach. “O mundo tem testemunhado isso muito recentemente, em Paris, onde, na última contagem, 130 pessoas morreram nas mãos de nove jovens que atenderam o (Estado Islâmico no Iraque e no Levante ou ISIL) apelo à violência e sucumbiram ao discurso de ódio.”
Segundo Gallach, os discursos de ódio estão presentes na sociedade há muito tempo, como no caso do massacre de mais de 800 mil tutsis e hutus, em 1994, em Ruanda, na África (1). No entanto, o movimento tem se radicalizado ainda mais nos últimos anos.
“Hoje, no entanto, mais do que nunca, as pessoas estão usando o discurso de ódio para fomentar confrontos entre civilizações em nome da religião. Seu objetivo é radicalizar meninos e meninas, para levá-los a ver o mundo em preto e branco, o bem contra o mal, e levá-los a abraçar um caminho da violência como a única forma de avançar. “ Afirmou a subsecretária.
O alto representante para a Aliança de Civilizações da ONU, Nassir Abdulaziz Al-Nasser, destacou na reunião o papel dos novos meios de comunicação, como o Facebook e o Twitter.
“Nós vemos como grupos radicais sequestraram estas novas plataformas de mídia e têm utilizado (eles) como uma ferramenta de advocacia para as suas ideologias extremistas, e incitando a violência e o ódio”, disse o representante.
Para as autoridades presentes no lançamento da campanha, a luta a incitação ao ódio e a violência é uma responsabilidade coletiva. Cristina Gallach reforça que a aplicação de leis que proíbem essas atitudes e a utilização dos meios de comunicação para investigar esses ataques e promover o fim dessa prática é uma saída para o problema. O próximo simpósio, que discutirá outras medidas, acontecerá em abril de 2016, em Baku, no Azerbaidjão.
Fonte: Nações Unidas – Brasil
Nota Claudicante:
(1) Culpa do colonialismo assassino europeu, como sempre, neste caso, os belgas.
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