Nos Estados Unidos a batalha do trabalhador é para elevar o salário mínimo de U$7,25 por hora (cerca de R$ 25) para U$15 por hora (ou R$50). É pelos U$15/hora que funcionários do McDonald’s e Burger King recentemente foram às ruas, e a luta fica a cada dia mais popular.
Diante do barulho o CEO do Dunkin Donuts, uma das maiores cadeias de fast food dos Estados Unidos, achou que seria razoável se manifestar contra os U$15/hora. Em um press-release ele diz que a medida é ruim porque prejudica os franquiados.
O doutor em economia Richard Wolff dedicou um tempo a analisar a questão.
Wolff pegou o salário do CEO do Dunkin Donuts, que é de U$10 milhões por ano (ou quase R$ 40 milhões) e calculou que ele ganha U$5 mil por hora (ou R$20 mil por hora). Isso imaginando que ele trabalhe 40 horas semanais e tire 15 dias de férias por ano.
Então fica assim: o homem que ganha U$5 mil por hora acha injusto que seu funcionário ganhe U$15,00 por hora.
Sabendo disso a explicação de que “nossas franquias sairiam prejudicadas” soa ainda mais ridícula, até porque depende apenas do CEO baratear o preço dos produtos que ele vende para seus licenciados, que são obrigados a comprar tudo da central do Dunkin Donuts, e pelos preços que ela impõe.
O candidato socialista ao governo americano, Bernie Sanders, recentemente divulgou em seu Twitter a diferença salarial entre alguns CEOs e seus funcionários. Os salários são anuais.
Ela é assim:
Esse é o mundo em que vivemos hoje. Um no qual mais das 50 maiores economias não são países, mas corporações. Um no qual 95% dos ganhos durante os três anos seguintes à crise de 2008 foram para o 1% mais rico da população.
Termino com as palavras de Emma Goldman [1869-1940] sobre o capitalismo:
“Ele rouba do homem seus direitos, aturde o seu crescimento, envenena o seu corpo, o mantém na ignorância, na pobreza, na dependência, daí institui caridades que medram sobre os últimos vestígios do auto-respeito humano”.
no: http://blogdamilly.com/2015/08/27/o-tamanho-da-desigualdade/
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