Miguel do Rosário, Tijolaço
Nas últimas semanas, para não dizer nos últimos anos, o Globo se tornou tão agressivo, tão histérico, que os leitores críticos às opiniões do jornal, e estes formam, para o bem do Brasil, uma legião crescente, mas que precisam acompanhar, por algum motivo, suas rabugices golpistas, tem de espiar seus editoriais de longe, bem de longe, como quem observa um vazamento radioativo.
Ninguém se salva do veneno golpista, críticos e apoiadores do governo.
Os críticos do governo, ao lerem o Globo, se tornam neurastênicos e esquizoides. Afinal, como entender que Dilma e PT estejam no comando do país se são tão absolutamente incompetentes e corruptos?
Os apoiadores do governo, ao lerem o jornal pela manhã, tem seu humor imediatamente corrompido e passam o resto do dia em estado de irritação.
Em ambos, nos críticos e apoiadores, a leitura do Globo produz depressão e, em doses excessivas, anseios suicidas.
Neste sábado, mais uma vez, o Globo se supera.
O título dos editoriais:
Resumo do primeiro: uma xaropada histérica, tão assumidamente partidária que comete um deslize caricatural. O jornal menciona os partidos cujos políticos foram citados por Paulo Roberto Costa e, como de praxe, julga e dá a sentença.
No entanto, quando menciona o PSDB e PSB, cujos ex-presidentes Sergio Guerra e Eduardo Campos receberam, segundo a delação, as mais vultosas propinas dentre todas as mencionadas, o que faz o Globo?
Essa é para rir (ou para chorar?).
Então é assim. Todo mundo é julgado de antemão pelo Globo. Menos Sergio Guerra, tucano, e Eduardo Campos, que se tornou quase tucano ao fazer oposição à Dilma.
O segundo editorial é uma babação de ovo da geopolítica do Tio Sam em relação à Rússia.
Muito bem vindo esse editorial, porque confirma todas as especulações da imprensa internacional (que se pretende imprensa e não lobista dos EUA) em torno das iniciativas americanas e árabes para derrubar Putin e debilitar a Rússia. A Globo continua, pelo jeito, uma serviçal obediente e disciplinada aos objetivos mais sujos do imperialismo.
O terceiro texto é um chorume radioativo de Guilherme Fiúza, cujo título, com uma sutileza digna de um hipopótamo furioso numa loja de cristais, sugere a derrubada de uma presidenta diplomada há 24 horas."
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