domingo, 21 de dezembro de 2014

O chorume golpista do Globo


Miguel do Rosário, Tijolaço  

Nas últimas semanas, para não dizer nos últimos anos, o Globo se tornou tão agressivo, tão histérico, que os leitores críticos às opiniões do jornal, e estes formam, para o bem do Brasil, uma legião crescente, mas que precisam acompanhar, por algum motivo, suas rabugices golpistas, tem de espiar seus editoriais de longe, bem de longe, como quem observa um vazamento radioativo.

Eu mesmo mudei meus hábitos. Parei de assinar o jornal impresso e deixo para ler seus textos online em último lugar. Não é saudável, definitivamente, encarar tal chorume pela manhã.

Ninguém se salva do veneno golpista, críticos e apoiadores do governo.

Os críticos do governo, ao lerem o Globo, se tornam neurastênicos e esquizoides. Afinal, como entender que Dilma e PT estejam no comando do país se são tão absolutamente incompetentes e corruptos?

Os apoiadores do governo, ao lerem o jornal pela manhã, tem seu humor imediatamente corrompido e passam o resto do dia em estado de irritação.

Em ambos, nos críticos e apoiadores, a leitura do Globo produz depressão e, em doses excessivas, anseios suicidas.

Neste sábado, mais uma vez, o Globo se supera.

Não vou dar link para não estragar o domingo dos leitores. Tentarei apenas sintetizá-los em algumas frases, poupando os internautas de uma proximidade que pode infectá-los de melancolia mórbida.
O título dos editoriais:


Resumo do primeiro: uma xaropada histérica, tão assumidamente partidária que comete um deslize caricatural. O jornal menciona os partidos cujos políticos foram citados por Paulo Roberto Costa e, como de praxe, julga e dá a sentença.

No entanto, quando menciona o PSDB e PSB, cujos ex-presidentes Sergio Guerra  e Eduardo Campos receberam, segundo a delação, as mais vultosas propinas dentre todas as mencionadas, o que faz o Globo?
Essa é para rir (ou para chorar?).

Trecho: “A lista reproduz a base partidária do governo: 10 do PP, 8 do PT, 8 do PMDB, 1 do PSB e 1 do PSDB. Este, um ponto fora da curva, o tucano Sérgio Guerra, já morto, para quem teriam sido destinados R$ 10 milhões em troca de um trabalho de sabotagem no Senado contra a CPI da Petrobras. Uma história a ser esclarecida. Assim como a de um outro morto, Eduardo Campos (PSB), da base do governo até abrir a dissidência que levaria Marina Silva a disputar as eleições presidenciais.”

Então é assim. Todo mundo é julgado de antemão pelo Globo. Menos Sergio Guerra, tucano, e Eduardo Campos, que se tornou quase tucano ao fazer oposição à Dilma.

O segundo editorial é uma babação de ovo da geopolítica do Tio Sam em relação à Rússia.

Muito bem vindo esse editorial, porque confirma todas as especulações da imprensa internacional (que se pretende imprensa e não lobista dos EUA) em torno das iniciativas americanas e árabes para derrubar Putin e debilitar a Rússia. A Globo continua, pelo jeito, uma serviçal obediente e disciplinada aos objetivos mais sujos do imperialismo.

E digo isso sem ressentimento contra os EUA. Os americanos cuidam de seus interesses, como fazem todos os países. O estranho é a maior empresa de mídia do Brasil se prestar a esse papel.

O terceiro texto é um chorume radioativo de Guilherme Fiúza, cujo título, com uma sutileza digna de um hipopótamo furioso numa loja de cristais, sugere a derrubada de uma presidenta diplomada há 24 horas."

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