@ Eleição de presidente da República tem de ser isolada. Quando conjunta, ofusca as demais. Eleger governadores e deputados também é muito importante, mas parece que ninguém liga para isso, vota em qualquer um, enquanto só se fala da corrida presidencial. Os casos de São Paulo e Paraná, que devem reeleger péssimos governantes, é exemplar.
@ Tem muita gente que fala de uma polarização política entre PT e PSDB. Bobagem. O racha que existe é entre petistas e antipetistas. Os tucanos são apenas uma parcela dos antipetistas. Por muito tempo foram a oposição mais forte. Correm o risco, depois desta eleição, de ficarem bem menores.
@ Em porcentagem, a sociedade brasileira está mais ou menos dividida assim, ideologicamente: 30 e tantos por cento gostam do PT, um número mais ou menos igual não gosta e o restante não está nem aí para a política em geral, quer é mesmo curtir a vida da melhor forma possível. E são esses que decidem qualquer eleição.
@ O antipetismo ficou muito mais explícito com a explosão das redes sociais. Muitos que odiavam o PT em silêncio, que tinham certo pudor em emitir suas opiniões, ao verem semelhantes se expressarem das formas mais violentas possíveis nos facebooks e tuíteres da vida, foram perdendo a inibição. O resultado é esse espetáculo deprimente de preconceito e ódio de classes que as tais redes oferecem.
@ É interessante notar que 90% dessas manifestações antipetistas carecem de qualquer argumento lógico ou factual. São meros boatos, mentiras, fofocas, quando não simples xingamentos. Poucos se arriscam a refutar o governo petista com análises convincentes, estatísticas e dados que provem estar com a razão.
@ Seja qual for o resultado da eleição, tanto presidencial quanto para os governos do Estado, Câmara dos Deputados e assembleias legislativas, a profecia de alguns supostos "cientistas sociais" e "analistas" de que o PT praticamente sumiria do mapa partidário do país não vai se concretizar. Ao contrário, tudo indica, Dilma ganhando ou perdendo, que o PT vai continuar forte, ou na situação, ou na oposição.
@ Um eventual segundo governo Dilma vai aprofundar a busca da queda da tremenda desigualdade social e econômica que envergonha o Brasil diante da comunidade das nações. De certa forma, o PT é odiado também por isso: infelizmente, há muitas pessoas no Brasil que preferem ver os seus semelhantes em posição inferior a elas, trabalhando em condições vis e por salários irrisórios, sem direitos sociais ou trabalhistas, quase como escravos.
@ Se o PT fosse um fracasso em seus governos - federal, estaduais e municipais - ele não seria tão odiado por parte da sociedade, pois tudo continuaria como antes. Seu sucesso é a causa do acirramento do ódio contra ele, justamente porque provocou mudanças sociais, pequenas ainda para as necessidades do Brasil, mas suficientes para incomodar os privilegiados - e até os remediados.
@ O PSDB é um partido social-democrata apenas no nome. O PSB foi socialista muito tempo atrás. O PT tampouco é socialista; é social-democrata. Seu projeto de país é tornar o Brasil um país capitalista onde o Estado assume o papel de regulador das relações econômicas e sociais, a exemplo das democracias existentes nos países nórdicos. Ver algum perigo de o Brasil se tornar socialista ou "bolivariano" com o PT no poder não passa de propaganda partidária - nem quem afirma isso acredita no que fala.
@ Esta eleição presidencial, seja qual for o seu resultado, serviu para mostrar à sociedade a indigência da oposição. Marina Silva e Aécio Neves são candidatos fraquíssimos. Se os quadros oposicionistas contassem com alguém capaz de formular um discurso propositivo e lógico, em vez de meramente contrário a tudo o que o governo federal faz - e incoerentemente se propondo a manter vários programas de êxito comprovado -, eles teriam chances bem maiores de interromper o ciclo dos governos trabalhistas.
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