Luis Nassif, GGN
"Em seu pronunciamento aos trabalhadores, pelo 1o de maio, a gerente Dilma Rousseff abriu espaço para a política Dilma, mostrando uma faceta até agora inédita: a de uma líder buscando a aproximação com os trabalhadores e movimentos sociais das quais se afastou depois de eleita.
***
Vai causar estranheza mas mostra, pela primeira vez, Dilma tentando vencer a marca da dubiedade política e do imobilismo, apontado por seus adversários políticos. “Mudar não é fácil, e um governo de mudança encontra todo tipo de adversários que querem manter seus privilégios e as injustiças do passado. Mas nós não nos intimidamos”.
***
O discurso tem três etapas.
***
No segundo, uma tentativa de reconciliação com sindicatos e movimentos sociais.
Para rebater as críticas contra a falta de diálogo diz que “nosso governo nunca será o governo do arrocho salarial, nem o governo da mão dura contra o trabalhador! Nosso governo será, sempre, (...) um governo que dialoga com os sindicatos e com os movimentos sociais e encontra caminhos para melhorar a vida dos que vivem do suor do seu trabalho”.
Menciona o episódio Petrobras, reitera o compromisso com o combate aos “malfeitos” mas critica a exploração política contra a Petrobras.
***
Reitera também o compromisso com o crescimento com estabilidade, o controle rigoroso da inflação e a administração correta das contas públicas.
***
E faz um balanço das medidas tomadas pós-manifestações de junho passado.
Segundo ela, as manifestações motivaram três pactos.
O pacto pela educação resultou na lei destinando parte relevante dos royalties do petróleo para a educação. O pacto pela saúde gerou o Mais Médicos, “e, em apenas seis meses, já colocamos mais de 14 mil médicos em 3.866 municípios. E o que é mais importante: estes números significam a cobertura de atenção médica para 49 milhões de brasileiros”.
O pacto pela mobilidade urbana, segundo Dilma, estaria levando a investimento de 143 bilhões de reais na implantação de metrôs, veículos leves sobre trilhos, monotrilhos, BRTs, corredores de ônibus e trens urbanos.
***
A terceira etapa é apontando o futuro.
Nela, limita-se a reiterar a necessidade de uma reforma política e a proposta de consulta popular encaminhada ao Congresso Nacional – e da qual não se ouviu mais falar depois que baixaram os ecos das manifestações.
Termina com uma conclamação: “Sempre estive convencida que sem a participação popular não teremos a reforma política que o Brasil exige. Por isso, além da ajuda do congresso e do judiciário, preciso do apoio de cada um de vocês, trabalhador e trabalhadora”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário