quarta-feira, 30 de abril de 2014

O jogo sujo de tirar texto de contexto na fala de Lula sobre o julgamento do “mensalão”

Um amigo querido, Carlos Faraco, com formação linguística, autor de livros didáticos de Língua Portuguesa e Gramática, fez análise de discurso pra desconstruir a narrativa caluniosa e de má-fé sobre a fala de Lula. Reproduzo sua análise e informo, ele não é eleitor do PT:
Por Carlos Faraco, via mail
Quem ouve com a mínima atenção, observa que ele não renega coisa alguma.
O ex-presidente apenas afasta da conversa (“não se trata de gente da minha confiança”) o dado “gente da minha confiança”, que não cabia no desenvolvimento do raciocínio que ele estava para concluir e que a entrevistadora interrompeu.
Como aconteceu no dia a dia com todos nós em nossa comunicação, por exemplo:
“– Paulo, no seu testamento você não pode se esquecer de colocar seu filho único, que….”
–  Não, não. “Não se trata” de meu filho único, trata-se de pensar na divisão correta dos bens.”
Obviamente, no exemplo anterior não se pode afirmar que o pai rejeitou o filho ou vai tirá-lo do testamento. Ele apenas quis dizer que para o raciocínio dele não importava esse dado. Fim.
Foi nessa dinâmica argumentativa, sem sombra de dúvida, que Lula fala “não se trata de gente da minha confiança”.
A interpretação pretendida, para incriminar Lula, neste caso está completamente fora de cogitação. As ilações sobre o caráter dele, construídas a partir dessa interpretação enviesada, são gratuitas e não deveriam se compartilhadas, porque são injustas.
 http://mariafro.com/2014/04/29/o-jogo-sujo-de-tirar-texto-de-contexto-na-fala-de-lula-sobre-o-julgamento-do-mensalao/

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