O modelo chinês de produção será submetido a duras provas no próximo ano tendo em vista a evidente movimentação dos Estados Unidos e União Européia, através da OTAN, em direção a invasão do Irã.
O roteiro para legitimar a guerra é muito simples constituindo-se em “denunciar” um perigo nuclear ou iminente possibilidade de ataques com armas “de destruição em massa”. Também existe a possibilidade de intervenção para salvar o povo de um tirano para impor, isso mesmo impor, uma democracia. Os ataques à Líbia seguiram este roteiro macabro....
O resultado: As balas dos canhões humanitários da OTAN possibilitaram a retomada do controle do petróleo para as empresas européias criando embaraços a atuação das chinesas que controlavam a indústria petrolífera local.
Seguindo do norte da África para o oriente médio temos no Irã um dos principais fornecedores de petróleo aos chineses. Neste país a forte presença estatal no setor petrolífero também incomoda os oligopólios desejosos do retorno aos tempos felizes quando a British Petroleum, em nome da coroa, controlava todo o petróleo dos antigos persas.
Agora o Irã foi convertido em ameaça nuclear assumindo o Estado de Israel o papel da vitima em potencial dos “lunáticos”. Recentemente uma manobra conjunta da Marinha de Guerra e Exército dos Estados Unidos e Israel mobilizou 5 mil militares que simularam um ataque ao Irã.
Os efeitos desta nova aventura imperialista, efetivada a guerra, seriam devastadores considerando-se a real possibilidade de utilização de armas nucleares dos dois lados. No aspecto econômico o aprofundamento da crise seria evidente tendo em vista a natural elevação dos preços, nada baixos, do petróleo.
Como é possível observar com a guerra somente os negociantes de petróleo ganhariam bastando para este fim revender os títulos de compra – petróleo de papel – no momento certo a preços acima do inicial.
Enquanto isso nos Estados Unidos
Crescem as cobranças internas para a retomada dos empregos necessitando para este fim a elevação dos índices de produção nacional. Naturalmente a política chinesa de desvalorização de sua moeda não contribui para a queda nas importações estadunidense tornando-se hoje um dos pontos de debate para a campanha eleitoral que aproxima-se.
A oposição cobra de Obama medidas contra esta vantagem chinesa na balança comercial. Dificultar o acesso a energia significa um passo importante para pressionar e fragilizar a China.
Também não podemos esquecer do peso da indústria bélica na economia dos Estados Unidos e sua associação perniciosa aos oligopólios petrolíferos e bancários. As políticas econômicas destas empresas são decididas em reuniões conjuntas e entendem seus controladores que a morte não passa de um meio para manter e ampliar os dividendos.
Associado a indústria bélica as forças armadas dos Estados Unidos também constituem um importante elemento para garantir a ocupação de inúmeros jovens atualmente sem perspectivas nas atividades produtivas. Desmobilizar as forças armadas aumentaria o número de desempregados aprofundando a crise.
A guerra torna-se assim um simples negócio pouco importando as conseqüências para a população civil.
Apenas para recordar. Ao término da II Guerra Mundial os Estados Unidos tornaram-se a maior potência industrial do mundo. Afinal o seu território não foi atacado enquanto as demais potências precisavam de reconstrução. Este fato foi o suficiente para a construção do modelo americano de consumo que sobreviveu sem concorrentes até meados dos anos 60.
O fascismo torna-se mais forte
Enquanto a OTAN ataca países para “impor” a democracia a Europa caminha a passos largos para uma ditadura dos bancos. O primeiro passo foi a proibição da realização de um referendum na Grécia no qual a população seria consultada a respeito da implantação de novos cortes salariais, redução das aposentadorias, extinção de direitos sociais tudo em nome da solvência do sistema bancário.
O resultado como sabemos foi a destituição do primeiro ministro autor da proposta por um tecnocrata ligado aos interesses dos bancos. Na Itália a situação não foi diferente, apenas acrescida da impopularidade do primeiro ministro Berlusconi substituído por um tecnocrata igualmente submetido aos interesses do FMI. Berlusconi cumpria bem o papel de defensor dos banqueiros, mas os escândalos que o envolvem tornam frágeis as duras decisões anti-povo tomadas em nome do pagamentos da divida.
Na Europa discute-se a legitimidade da soberania nacional diante das necessidades dos bancos. Além dos exemplos grego e italiano precisamos observar o episódio das recentes eleições em Portugal quando os principais partidos foram pressionados - e aceitaram -assinar um termo de compromisso no qual eleitos acatariam as decisões dos banqueiros para “superar” a crise.
Política econômica do petroleo
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