Matéria publicada na Folha(07/10/09) sobre a compra, pela Vale, de mais 15 navios cargueiros em estaleiros sul-coreanos. É negócio de cerca de um bilhão de dólares e vai se somar à compra, já fechada pela empresa, de outros 12 navios em estaleiros chineses.
Além do problema óbvio de que estas encomendas não vão gerar emprego aqui, muito menos fazer o dinheiro obtido com a venda do minério brasileiro recircular aqui dentro, há outro dado gravíssimo nesta informação. É que esta enorme ampliação na frota de navios cargueiros significa que a Vale está apontando suas ações e investimentos na ampliação do pior dos negócios para o Brasil, que é a exportação de minério bruto ou apenas beneficiado na forma de “pellets”, bolinhas de minério moído e reagregado.
A empresa está tirando minério quase tão rápido quanto permitem suas máquinas: segundo o Banco Goldman Sachs, a Vale opera com 95% da capacidade de suas minas, o que é um índice altíssimo.
Mês passado, o Presidente Lula pediu publicamente que a Vale adquirisse navios no Brasil e procurasse exportar produtos com maior valor agregado. “Qual é a chance de desenvolvermos a nossa indústria e gerarmos empregos, se nós mesmos compramos lá fora”, perguntou Lula.
A resposta senhor presidente,é: nenhuma, se dependermos de empresas dirigidas como é hoje a Vale. É urgente a necessidade de o Governo começar a usar a pressão do que ainda dispõe de controle acionário, inclusive através dos fundos de pensão, para pressionar a atual direção da empresa mudar de posição. Ou, melhor ainda, levar a uma mudança na própria direção da empresa. Essa já mostrou que está se lixando para o desenvolvimento brasileiro.
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