sábado, 10 de outubro de 2009

A imagem do Brasil lá fora é mais bonita.

Aos leitores que criticam o Contra a Maré, pela veiculação de fatos, análises e notícias, que a grande Mídia não publica, e à visão otimista em relação ao Brasil e ao nosso governo, recomendo a leitura da coluna “Toda Mídia”, do jornalista Nelson de Sá, na Folha desta quarta-feira(07/10/09).

Já faz algum tempo que venho notando um brutal contraste entre os resumos que ele faz todos os dias do que é publicado sobre o Brasil lá fora nos principais jornais da imprensa mundial e o noticiário da mídia nativa.

Vamos pegar, por exemplo, alguns tópicos publicados na coluna do Nelson de Sá:

“ULTRA, ULTRA HOT”
Jim Cramer, folclórico âncora da CNBC, principal canal financeiro dos EUA, fez festa para o Brasil e o IPO do banco Santander. “O Brasil está ultra, ultra quente. O PIB deve crescer 5%, 6%. Os serviços financeiros vivem boom. os Jogos de 2016 eles acabam de vencer.

“WORLD S BEST”
No alto da Folha Online, a Petrobras entrou para as 40 melhores empresas do mundo, na lista da “Business Week” (…). A revista descreve a Petrobras como “a maior empresa do hemisfério Sul” e sublinha seu crescimento.

CONFIANÇA
Em extenso material sobre os emergentes, o “Financial Time” publicou que “Ásia e Brasil lideram a alta na confiança dos consumidores”, segundo pesquisa Nielsen.

EUA, ÍNDIA VÊM AÍ
No ‘Chicago Tribune”, “empresas americanas focam consumidores no exterior”, ressaltando o Brasil _ e a vitória do Rio sobre Chicago, na disputa dos Jogos.
No “Business Standard” e outros indianos, a montadora Bajaj Auto anunciou uma fábrica “num lugar chamado Manaus, no Brasil”.

ROCKY?
Abrindo a seção internacional do “Los Angeles Times”, o filme ” “Lula, Son of Brazil”, que sai no fim deste ano, sobre a juventude de Lula, comparada à “história de Rocky Balboa”.

O BRASIL DEPOIS DE LULA
Em meio ao louvor global na mídia, nos dias seguintes à escolha do Rio para sediar os Jogos, o colunista de política externa do “FT”, Gideon Rachman, escreveu que “o Brasil nunca esteve tão na moda”, com Jogos, Copa, Brics, G20, pré-sal: “Em Lula, o Brasil finalmente tem um líder que é uma figura reconhecida globalmente”.

Pois é amigos, isto tudo foi um breve resumo do que se fala do Brasil lá fora, onde a nossa imagem refletida no espelho da imprensa é mais bonita do que aqui dentro. Está bom assim ou querem mais?

Podem me xingar à vontade, mas acho que estou em boa companhia, quer dizer, do que há de melhor na imprensa mundial.

Costumo dizer que o humor das pessoas depende muito do jornal que elas lêem. Existem muitas e muitas pessoas, por exemplo, que só lêm um centenário jornal de São Paulo, aquele que diz que "informação passa(a deles) e conhecimento fica(o deles)". Esses leitores, estão sempre de cara amarrada, desanimados da vida. Quando alguns deles me perguntam “como vão as coisas?” e eu respondo “vão bem, melhorando”, invariavelmente discordam:
O Lula vai quebrar a cara em Honduras! Vai correr sangue nas ruas de Tegucigalpa e ele será o culpado! O Lula vai tomar uma surra do Obama em Copenhague! Vai dar Chicago! Agora a popularidade do Lula vai despencar!

Pois é, amigos, foi uma atrás da outra. Vocês já repararam? A oposição simplesmente sumiu de cena.

Em 2009, a turma do contra, representada por aqueles célebres 6% que reprovam o governo Lula, começou jogando tudo na crise econômica mundial, que quebraria o Brasil. O Brasil não só não quebrou como saiu da crise mais forte do que entrou.

Já nem me lembro de todas as crises do fim do mundo anunciadas durante o ano, mas tivemos depois a dengue, a crise do Senado, a gripe suína, a história da Lina, a CPI da Petrobrás, o diabo a quatro. E nada do Lula cair nas pesquisas.

A palavra crise não saía das manchetes, e nada. Quando a crise não era aqui, era em Honduras por culpa da política externa do governo brasileiro, claro. Agora que as coisas estão se acalmando por lá e tudo indica uma saída negociada com os golpistas devolvendo a Presidência a Manuel Zelaya, já estão, mais uma vez, perdidos.

Com a vitória do Rio para sediar a Olimpíada 2016 transmitida ao vivo de Copenhague, não teve jeito de esconder o importante papel do presidente Lula nesta conquista. Os 6% de inconformados e seus bravos representantes na imprensa e no parlamento devem ter entrado em profunda depressão. Por isso, sumiram, pelo menos por algum tempo.

Restam apenas alguns blogueiros histéricos blasfemando na janela, vendo as ruas em festa, os bares lotados em dia de semana, a indústria, a bolsa, o emprego e a renda crescendo novamente, a autoestima do brasileiro lá em cima, a vida seguindo alegre seu rumo.

Claro que sempre será possível fazer escândalo com qualquer coisa, como esta crise do Enem, uma história até agora muito mal contada, que vai atrasar a data dos vestibulares. E daí? Fora os candidatos e professores que irão perder alguns dias de férias, qual o drama para o restante dos brasileiros?

Ao longe, ainda se ouvem alguns ganidos tristes, cada vez mais fracos, mas isso é da vida.

Para quem sofre de depressão, acha que o Brasil não tem jeito e a vida não vale a pena, recomendo a leitura diária da coluna “Toda Mídia”:

www.todamidia.folha.blog.uol.com.br

AGUINALDO MUNHOZ

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