Mailson Ramos, Pragmatismo Político
"A imprensa sempre exerceu um papel muito importante na política brasileira. Papel este que esteve já relacionado à cobertura de escândalos, resultando na renúncia de um presidente da república. A imprensa brasileira cumpre com zelo o direito de dissecar uma informação até que ela adquira aspectos de verdade. Em 2014 não foi diferente. A influência dos órgãos de imprensa na campanha eleitoral representou a força daquilo que se chamava de ‘o quarto poder da república’.
Mas desta feita, a discussão ganhou outros espaços além da tradicional imprensa. As mídias sociais se transformaram em campo de guerra de debates inacabáveis – aqueles que por sinal perduram até os dias de hoje. A dissolução ou efemeridade do discurso virtual não foi denotada nesta circunstância. A troca de ideias políticas e, negativamente, o revanchismo ideológico encontraram um território fértil no período do pleito eleitoral. As informações nunca foram tão disseminadas, às vezes irresponsavelmente, mas elas nunca foram tão confrontadas com a verdade dos fatos como agora.
Não é possível afirmar aqui que o brasileiro adquiriu mais criticidade. A verdade é que o avanço das tecnologias proporciona o mais amplo acesso aos aparelhos, à internet e consequentemente às discussões originadas nestes meios. A melhoria está no sentido de que o sujeito, posicionando-se politicamente, exerce o seu direito de escolha. Exercendo o direito de escolha, interessando-se pela movimentação dos candidatos e das demandas do país, este mesmo sujeito poderá aprofundar seu conhecimento, o que é cada vez mais fácil com o auxílio da internet.
Candidatos com pouco espaço na televisão e no rádio optaram claramente por divulgar seus programas nas mídias sociais. Com a possibilidade de firmar encontros mais interativos e menos mecanizados como a mensagem veiculada pelos meios tradicionais os candidatos foram ocupando os canais de comunicação, utilizando-se de ferramentas para gerenciar a comunicação em cada uma destas mídias. O fortalecimento destas medidas vão se intensificar nos próximos pleitos, especialmente quando o assunto é a militância.
As militâncias tiveram suas configurações alteradas. A conquista de espaços concretos, passeatas, panfletagem e corpo a corpo não são as únicas alternativas para conquistar votos.
A invasão de grupos ideológicos transformou as mídias sociais. A agenda destes espaços não se alterou durante o curso da campanha política. De repente a briga não é mais por votos, é por adesão a determinada ideologia. Se existe algum resquício de junho de 2013, aí está: a convergência das mídias sociais em torno duma temática política.
Por esta constatação é que se pode avaliar a importância do ciberespaço na vida do homem moderno. Tanto porque os meios de comunicação tradicionais como rádio, TV e jornal têm convergido para este sentido. É importante perceber como os blogs ganharam destaque na cobertura do processo eleitoral, a dispersão incontrolável de links de artigos e a força, por exemplo, das postagens no Facebook. Nem tudo que reluz é ouro, como também nem tudo o que se publica é digno de ser lido. Mas a participação dos eleitores neste processo já basta.
Louve-se tudo o que diz respeito à participação popular."
*Mailson Ramos é escritor, profissional de Relações Públicas e autor do blog Opinião e Contexto. Escreve semanalmente para Pragmatismo Político.
"A imprensa sempre exerceu um papel muito importante na política brasileira. Papel este que esteve já relacionado à cobertura de escândalos, resultando na renúncia de um presidente da república. A imprensa brasileira cumpre com zelo o direito de dissecar uma informação até que ela adquira aspectos de verdade. Em 2014 não foi diferente. A influência dos órgãos de imprensa na campanha eleitoral representou a força daquilo que se chamava de ‘o quarto poder da república’.
Mas desta feita, a discussão ganhou outros espaços além da tradicional imprensa. As mídias sociais se transformaram em campo de guerra de debates inacabáveis – aqueles que por sinal perduram até os dias de hoje. A dissolução ou efemeridade do discurso virtual não foi denotada nesta circunstância. A troca de ideias políticas e, negativamente, o revanchismo ideológico encontraram um território fértil no período do pleito eleitoral. As informações nunca foram tão disseminadas, às vezes irresponsavelmente, mas elas nunca foram tão confrontadas com a verdade dos fatos como agora.
Não é possível afirmar aqui que o brasileiro adquiriu mais criticidade. A verdade é que o avanço das tecnologias proporciona o mais amplo acesso aos aparelhos, à internet e consequentemente às discussões originadas nestes meios. A melhoria está no sentido de que o sujeito, posicionando-se politicamente, exerce o seu direito de escolha. Exercendo o direito de escolha, interessando-se pela movimentação dos candidatos e das demandas do país, este mesmo sujeito poderá aprofundar seu conhecimento, o que é cada vez mais fácil com o auxílio da internet.
Candidatos com pouco espaço na televisão e no rádio optaram claramente por divulgar seus programas nas mídias sociais. Com a possibilidade de firmar encontros mais interativos e menos mecanizados como a mensagem veiculada pelos meios tradicionais os candidatos foram ocupando os canais de comunicação, utilizando-se de ferramentas para gerenciar a comunicação em cada uma destas mídias. O fortalecimento destas medidas vão se intensificar nos próximos pleitos, especialmente quando o assunto é a militância.
As militâncias tiveram suas configurações alteradas. A conquista de espaços concretos, passeatas, panfletagem e corpo a corpo não são as únicas alternativas para conquistar votos.
Louve-se tudo o que diz respeito à participação popular."
*Mailson Ramos é escritor, profissional de Relações Públicas e autor do blog Opinião e Contexto. Escreve semanalmente para Pragmatismo Político.
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