Miguel do Rosário, Tijolaço
Merecem o destaque que tiveram na grande mídia.
Nada como termos um Ministério Público atuante, vigilante e corajoso, enfrentando os poderosos.
É de se lamentar, todavia, que, no caso do cartel dos metrôs em São Paulo, conhecido como o trensalão, a postura tenha sido diametralmente oposta.
Ninguém foi à Suíça pegar documentos.
O procurador que esqueceu os processos numa gaveta acaba de ser perdoado por Gilmar Mendes.
É bom lembrar que o trensalão tem conexões com o escândalo das empreiteiras, porque são elas que abrem os buracos e fazem as obras.
Vocês lembram do escândalo do “buraco do metrô“?
Ninguém foi punido até agora.
E olha que morreu gente, e tratava de um problema ainda maior do que pagar propina a funcionário de estatal.
O problema de usar material de baixa qualidade para fazer as obras.
Neste caso, nem sei se podemos acusar o MP de ter esquecido o processo numa gaveta.
A promotora Eliana Passareli, que assumiu o processo em 2009, explicou que a principal dificuldade está em ouvir as 112 testemunhas de defesa.
Pois é, mas dificuldade por que?
Teria faltado apoio da cúpula do Ministério Público?
O procurador-geral da República não quis dar declarações sobre o episódio?
Ou será porque a justiça, neste caso, não estaria sendo leniente, quase cúmplice?
Nem a mídia jamais fez pressão.
Não interessava, porque não atingia o PT.
Se houvesse investigação séria naquele momento, em 2007, talvez pudéssemos ter evitado alguns dos problemas vividos na Petrobrás.
As empreiteiras que tocavam as obras do metrô eram as mesmas flagradas, pela Operação Lava Jato, pagando propina a diretores ou ex-diretores da Petrobrás.
Seus comandos executivos eram os mesmos.
Possivelmente, o modus operandi na relação com o governo de São Paulo e as estatais era o mesmo."
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