Números contradizem onda de pessimismo com economia brasileira |
Clemente Ganz Lúcio, viomundo
Há algum tempo, dados e declarações que procuram demonstrar que há no Brasil grande crise e descontrole da economia ganharam destaque: o país está em recessão (técnica!), a inflação, descontrolada, o desemprego chegou, o déficit comercial subiu etc.
A vida não anda fácil no mundo e no Brasil, é verdade. A partir de 2007/2008, as economias desenvolvidas provocaram a mais grave crise do capitalismo desde 1929. “A grande recessão”, segundo economistas, trouxe aos países desenvolvidos alto desemprego, arrocho salarial, perda de direitos e da proteção social como remédio para a crise.
Apesar disso, os números da atual conjuntura evidenciam que ainda estamos em pé, senão vejamos:
· No primeiro semestre de 2014, houve aumento salarial em 93% das Convenções Coletivas, com ganhos reais entre 1% e 3%;
· O preço da cesta básica caiu nas 18 capitais pesquisadas pelo DIEESE, entre julho e agosto (-7,69% a -0,48%).
· O Índice do Custo de Vida do DIEESE, na cidade de São Paulo, variou 0,68% em julho e 0,02% em agosto, arrefecendo.
· O mercado de trabalho formal criou mais de 100 mil postos de trabalho em agosto.
· O comércio calcula que serão criadas mais de 135 mil vagas no final do ano.
· O BC estimou a variação positiva do PIB para julho em 1,5% e indicou trajetória de queda da inflação.
· A atividade produtiva da indústria cresceu 0,7% em julho.
A ciência dos números é insubstituível para dar qualidade ao debate público e apoiar um olhar criterioso sobre a dinâmica da realidade. O desafio é correlacionar as informações para produzir o conhecimento e compreender o movimento do real.
Clemente Ganz Lúcio é Diretor Técnico do DIEESE
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