São Paulo - Cientistas do Instituto Max Planck, da Alemanha, descobriram que espermatozoides conseguem fazer cálculos complexos. Eles mudam de direção e alteram suas manobras de acordo com a velocidade da concentração de íons de cálcio.
O estudo foi feito com uma iluminação a laser estroboscópica (que permite determinar a frequência de rotação de corpos) parecida com a usada em discotecas. Assim, o líder Luis Alvarez foi capaz de detectar detalhes do movimento do espermatozoide e medir as alterações na concentração de cálcio. Então, foi feita a descoberta.
Os pesquisadores perceberam que espermatozoides de várias espécies marítimas reagem às variações na concentrações de íons de cálcio quando o óvulo libera emissores químicos, não apenas ao aumento dos níveis da substância.
Portanto, eles conseguem medir as taxas de mudança durante o tempo, bem como a rapidez ou a lentidão da alteração da concentração de cálcio que entra nos espermatozoides. A partir disso, eles mudam a forma como movimentam a cauda e a alteram a direção.
Trata-se de um cálculo diferencial, que pertence a um ramo importante da matemática, que estuda as taxas de variação de grandezas e a acumulação de quantidades. O homem não conseguia fazer esse tipo de cálculo até o século XVIII, enquanto os espermatozoides já o fazem há muito tempo.
Como o estudo foi feito apenas em espermatozoides da espécie marítima, os pesquisadores ainda não sabem se esse fenômeno também acontece nos seres humanos. De qualquer forma, segundo os cientistas, este é um passo importante para a compreensão de como as células processam os sinais recebidos.
A pesquisa envolveu cientistas do Instituto Max Planck para a Física de Sistemas Complexos, em Dresden, e da Universidade de Göttingen.
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