Cláudio Ribeiro, via Palavras Diversas
O bom amigo, seja lá de quem for, trata com lealdade seu companheiro.
Retribui carinhos e apoios.
Reconhece a dificuldade do amigo e, mesmo correndo risco de ser desmentido, desmoralizado, desacreditado, cede espaço, abre seu castelo para erigir uma fortaleza para proteger o capital moral e político de seu afeto.
O bom amigo pode ter lá seus interesses, mas compartilha as dores.
José Serra tem seu bom amigo, dentre outros iguais, uns pouco mais outros menos, em intensidade de devoção e de afinidades
O Globo, jornal carioca onde escrevem baluartes da intelligentsia neoliberal, como Miriam Leitão e Merval Pereira, abriu seu castelo para oferecer ao bom amigo, José Serra, em um espaço generoso para nobres leitores, a oportunidade de dizer que o livro de Amaury Ribeiro Jr. é, além de um “lixo”, parte de um estratagema político para cercear a liberdade de imprensa e abater a moralidade daqueles que a defendem e se contrapõe ao projeto de poder do PT.
Notória contradição
José Serra posa de defensor da liberdade de imprensa e O Globo, que defende a liberdade de opinião dos patrões das comunicações, trata de reproduzir em seus “domínios”, para, assim, retribuir um mimo ao amigo, por demais, necessitado de apoio neste momento.
Neste caso nada como criar uma nova hipótese, derrubar da pauta o assunto que mais se ouve falar na blogosfera, nas redes sociais e na internet: as graves acusações publicadas contra o governo FHC e, em especial, José Serra, durante o processo de privatizações, duramente silenciadas pela mídia que defende a “liberdade de opinião (?)”.
Ter amigos é essencial.
O Globo provou sua fiel amizade para com José Serra e os tucanos, não é demais lembrar que Fernando Henrique Cardoso escreve em suas páginas em laureada coluna.
O jornalão não deu, até o momento, a mínima para os documentos que provam os crimes cometidos contra o País, contidos no livro A Privataria Tucana, mas prefere ceder espaço para a defesa (mútua?) de interesses em um artigo de José Serra que foge totalmente a raia.
O tucano pode bater no peito e dizer: tenho amigos valorosos e fiéis.
Verdade, pois até em uma situação pouco afeita para demonstrações de lealdade canina como esta, não impediu o diário da família Marinho de acudir aquele a quem, veladamente, apoiou nas últimas eleições.
Clique aqui para ler “José Serra e a fúria do acuado”, de Fernando Brito.
By: Blog Limpinho e cheiroso
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