quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Os erros de todos nós


Mozart: para o Estadão, apenas um pianista

Essa pérola estava ontem no portal do Estadão. Foi difícil acreditar que alguém que trabalha com informação não saiba quem foi Mozart. E mais difícil acreditar que uma bobagem desse tipo mereceu destaque: "Ouvir concertos do pianista (sic) austríaco Wolfgang Amadeus Mozart durante a execução de uma colonoscopia - exame que ajuda na descoberta do câncer no intestino - pode aumentar as chances de detecção de pólipos pré-cancerosos, diz estudo apresentado na 76ª reunião científica do American College of Gastroenterology (Colégio Americano de Gastroenterologia), realizada nesta semana em Washington, nos Estados Unidos."
Imbecilidades desse tipo são publicadas desde sempre e não são exclusividade do Estadão. Todos os jornais já embarcaram  nessa. E revistas "conceituadas" também. Quem não se lembra do "Boimate", um incrível cruzamento de um boi com um tomate, que mereceu uma página da Veja, esse reduto do reacionarismo nacional?
Como é impossível lembrar de todos os despropósitos que já foram levados aos prezados leitores, o que dá  para fazer é resgatar um e-mail antigo que guardei com carinho, que traz alguns dos mais clamorosos erros da Folha. Com ele faço uma singela homenagem a esta nossa despreparada imprensa, sempre tão zelosa em apontar as faltas dos outros e tão relapsa quanto às suas inúmeras falhas.

ANTOLOGIA DE ERROS DA FOLHA


 “Diferentemente do que foi publicado na seção de necrologia, caderno São Paulo, nos dias 24/6 (pág. 3-6) e 25/6 (pág. 3-8), não houve missa de Ricardo Bacanhim Pereira. Ele está vivo.”(27.jun.97) 


 “O quadro da edição de 9/1 de ‘Ciência’, referente à reportagem ‘Viagra para mulher’, à pág. 25 do caderno Mais!, indica erroneamente a vagina no local do ânus. No mesmo quadro, o testículo está incorretamente indicado no local do escroto.” (14.mar.00) 


 “Diferentemente do que foi publicado no texto ‘Artistas periféricos passam despercebidos’, à pág. 5-3 da edição de ontem da Ilustrada, Jesus não foi enforcado, mas crucificado, e a frase ‘No princípio era o Verbo’ está no Novo, não no Velho Testamento.” (7.dez.94) 


 “O nome do maestro Eleazar de Carvalho saiu grafado errado na edição de ontem à pág. 1-9 do caderno Brasil.” (5.jul.94) (Saiu sem o v) 


 “Na nota ‘Balão’, da coluna Joyce Pascowitch, publicada à pág. 5-2 (Ilustrada) de 18/12, onde se lê ‘bando Opportunity’, leia-se ‘banco Opportunity’;” (21.dez.95) 


 “A peste pneumônica é transmitida por gotículas de saliva, diferentemente do que informou o texto publicado na pág. 2-10, no dia 24/09.” (28.set.94) O texto afirmava que a doença era transmitida por filhotes de perdiz. Quem editou o texto procurou um sinônimo para perdigoto, que pode significar tanto salpico de saliva como filhote de perdiz. 


 “Texto de capa do caderno Ilustrada da edição de anteontem grafou incorretamente no primeiro parágrafo a palavra ortografia (saiu hortografia).” (25.fev.95) 


 “Saiu grafado incorretamente na edição de ontem o plural de fuzil-metralhadora. O certo é fuzis-metralhadoras, e não fuzíveis-metralhadoras, como foi publicado na pág. 1-14 de Brasil.” (13.set.91) 
 “Por erro de digitação, foi grafado poço cartesiano, em vez de artesiano, na página 3-1 de sábado último.” (16.fev.94)


 “O músico Carlos Santana é guatemalteco, e não mexicano, como informou reportagem à pág. 4-3 (Ilustrada) de ontem.” (12.mar.96)… “Diferentemente do que informou ontem esta seção, o músico Carlos Santana é mesmo mexicano e não guatemalteco.” (13.mar.96) 


 “Diferentemente do que foi publicado à pág. 1-14 (Brasil) da edição e 19/3, a Segunda Guerra Mundial começou em 1939, os EUA entraram na guerra em 1941, a Guerra dos Seis Dias foi em 1967, o presidente Richard Nixon (EUA) renunciou em 1974, Margaret Thatcher assumiu o poder no Reino Unido em 1979, o Muro de Berlim caiu em 1989, e o Iraque invadiu o Kuait em 1990.” (27.set.95)

Crônicas do Motta

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