Grupo de cem parlamentares atua como se fosse um partido religioso
O Estado brasileiro é laico, o que significa, entre outras coisas, que política e religião não podem se misturar, mas na prática existe um partido pautado pelos líderes religiosos mais conservadores.
Esse partido religioso informal é formado por cerca de cem parlamentares católicos e evangélicos -- uma bancada, portanto, significativa. Eles agem em conjunto no monitoramento de 368 projetos da Câmara e do Senado para influenciar sua tramitação não de acordo com o programa do partido legalmente constituído de cada um deles, mas por orientação de seus pastores e bispos.
Entre os projetos monitorados, destacam-se os que criminalizam a homofobia, a união civil entre homossexuais, abortos legais e a proposta de divórcio pela internet, com o mínimo de burocracia.
Os parlamentares religiosos abusam de recursos regimentais contra esses projetos, retirando-os de pauta ou rejeitando-os, em dois exemplos.
Eles se unem na defesa de outros projetos, como o do Estatuto do Nascituro, que prevê o pagamento de um salário mínimo a quem ficar grávida de estupro.
O deputado João Campos (PSDB-GO), na foto, coordenador da bancada evangélica, disse ao jornal O Globo que não há ou são muito poucas as discordâncias entre os parlamentares evangélicos e católicos.
“Foi-se a época em que nós nos estranhávamos no Congresso”, disse. “Hoje trabalhamos juntos na proteção da família e da vida.”
O “partido da religião” tem sido aceito com naturalidade pela Justiça Eleitoral e pela sociedade, com poucas vozes de indignação, como a da procuradora Simone Andréa Barcelos Coutinho.
Em recente artigo, ele afirmou que as representações religiosas no Congresso Nacional são incompatíveis com o Estado laico. “O Poder Legislativo é um dos Poderes da União; se não for o Legislativo laico, como falar-se em Estado laico?”
João Campos: evangélicos e católicos se dão muito bem no Congresso |
Entre os projetos monitorados, destacam-se os que criminalizam a homofobia, a união civil entre homossexuais, abortos legais e a proposta de divórcio pela internet, com o mínimo de burocracia.
Os parlamentares religiosos abusam de recursos regimentais contra esses projetos, retirando-os de pauta ou rejeitando-os, em dois exemplos.
Eles se unem na defesa de outros projetos, como o do Estatuto do Nascituro, que prevê o pagamento de um salário mínimo a quem ficar grávida de estupro.
O deputado João Campos (PSDB-GO), na foto, coordenador da bancada evangélica, disse ao jornal O Globo que não há ou são muito poucas as discordâncias entre os parlamentares evangélicos e católicos.
“Foi-se a época em que nós nos estranhávamos no Congresso”, disse. “Hoje trabalhamos juntos na proteção da família e da vida.”
O “partido da religião” tem sido aceito com naturalidade pela Justiça Eleitoral e pela sociedade, com poucas vozes de indignação, como a da procuradora Simone Andréa Barcelos Coutinho.
Em recente artigo, ele afirmou que as representações religiosas no Congresso Nacional são incompatíveis com o Estado laico. “O Poder Legislativo é um dos Poderes da União; se não for o Legislativo laico, como falar-se em Estado laico?”
no ornitorrinco
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