quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um golpe está em marcha

PIG e Serra protagonizam um ardil
Tanto o candidato Serra quanto o PIG (Partido da Imprensa Golpista) precisam explicar o motivo de a candidata Dilma ou o PT, vá lá, de bisbilhotar documentos fiscais de militantes tucanos ou parentes do próprio Serra.
Que vantagem Dilma levaria neste ato aloprado?
A candidata lulista seria por acaso uma tresloucada que estaria conspirando contra a sua própria condição de líder das sondagens de opinião?
Por que uma candidatura exitosa, em ascensão crescente, vai mexer com coisas menores, até criminosas, moral e eticamente reprováveis, para obter mais vantagens sobre alguém que já se sente antecipadamente derrotado?
Vejam, não é Dilma Rousseff que está se pretendendo vitoriosa, antes da hora. É José Serra que se afunda prematuramente na mais cava depressão. Que não hesita em cometer a insanidade de jogar a própria filha no centro de um debate infame e golpista, com manifesta intenção de interditar judicialmente a adversária. A direita brasileira não quer disputar eleições, quer disputar torneios jurídicos em tapetes remotos anos-luz da vontade popular. Não foi à toa que dias atrás o candidato tucano, reunido com militares, rememorou feitos considerados notáveis pelos golpistas de 1º de abril de 1964.
O PIG está, cada vez mais, dando mostras de que um ciclo da velha imprensa brasileira está se fechando. E que a sociedade civil, o Parlamento e os movimentos sociais, bem como o futuro governo saído das urnas em 3 de outubro, precisam promover um grande debate nacional sobre o papel dos meios de comunicação no País. A consolidação da democracia brasileira, o alargamento dos seus espaços institucionais e não-institucionais, não pode mais conviver com as aberrações que assistimos todos os dias na imprensa brasileira nos seus vários suportes técnicos. Há uma viva e crua contradição antagônica entre uma democracia que se quer mais participativa, horizontal e mobilizatória, de massas mesmo, e os seus obstáculos cotidianos sustentados por empresas de comunicação - poucas, cativas de não mais que dez famílias - fixadas em valores, conceitos e interesses já há muito superados pela história passada e recente do Brasil e do mundo.
O espetáculo degradante a que estamos assistindo na presente campanha eleitoral está dando o tom e o limite do que podemos tolerar. Mais e além, seria como retroceder a um tempo em que se empastelavam jornais e gráficas porque não se concordava com a manchete do dia. Por não querermos esse retrocesso, é que urge uma completa reforma dos nossos códigos de comunicação social no Brasil. Não dá mais. Batemos no teto da nossa capacidade de tolerância.

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