O actual presidente mexicano Felipe Calderón rejeitou a proposta do seu antecessor, Vicente Fox, para legalizar a produção e a venda de estupefacientes. Mas admite que isso poderia travar a violência que dilacera o país.
Felipe Calderón respondeu negativamente ao plano anunciado por Fox, que esteve no poder entre 2000 e 2006. "Se forem legais, o alto preço que as drogas têm no mercado negro reduzir-se-ia e isso reduziria a capacidade financeira dos criminosos. Isso pode ser certo, mas liberalizar totalmente o mercado de drogas, incluindo a própria redução do seu preço, são factores que vão levar milhares de jovens a consumir", diz o actual presidente mexicano, alinhado com o proibicionismo e promotor da via policial para no "combate à droga", uma que já soma 26 mil mortos desde que Calderón tomou posse.
O debate sobre a legalização das drogas como único instrumento para travar a criminalidade dos gangues que dominam o tráfico e os seus tentáculos dentro dos comandos policiais e militares, para além da classe política, está a crescer na sociedade mexicana e foi o próprio Calderón a dizer em Julho que não se opõe a que o debate seja trazido para a agenda política.
Foi o que fez o ex-presidente Vicente Fox, juntando-se a outro ex-presidente do país, Ernesto Zedillo, que defendeu junto com o brasileiro Fernando Henrique Cardoso e o colombiano Cesar Gaviria que "a guerra às drogas falhou", reclamando políticas alternativas na declaração de Viena, lançada na recente Conferência Internacional sobre SIDA.
No seu blog, Vicente Fox expõe um plano em que defende também o regresso das tropas aos quartéis, uma vez que "não está preparada para assumir tarefas policiais", e a criação de uma Polícia Nacional única que opere a nível estatal e cujos responsáveis sejam eleitos directamente pelos cidadãos.
Para Fox, a legalização "não quer dizer que as drogas sejam boas ou não prejudiquem quem as consome", mas é antes de mais "uma estratégia para golpear e partir a estrutura económica que permite às mafias gerar enormes lucros nesse comércio que depois lhes servem para corromper e aumentar as suas coutadas de poder".
"Para além disso, nos países que implementaram esta estratégia, o consumo não aumentou significativamente", lembra o ex-presidente, por oposição aos países onde "nunca funcionaram as estratégias de Proibição radical". Para Fox, sem a legalização das drogas no México dificilmente será possível "restaurar equilíbrios, melhorar a nossa imagem no mundo, atrair investimento, impulsionar o turismo ou apoiar programas sérios de reabilitação".
By: Blog do Cappacete, vi Com textolivre
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