sexta-feira, 19 de março de 2010

Águas de março, versão demo-tucana

É Zé, é pedágio, é o fim do caminho


É um resto de estrada, só paga um tiquinho

É um morro caindo, é a chuva, é a lama

É a noite, é a morte, é a enxurrada, é a administração do prefeito que nada sabe.

É alagado no Romano, é no jardim pantanal

Tiête, marginal, é toda capital

É um morro caindo, sem contenção

É barro no rosto, são corpos no chão

É a chuva caindo, é o fim da ladeira

É a viga, é o vão, é a quebradeira

É a chuva chovendo, é desespero na ribeira

E as represas da Sabesp, soltando a lameira

Era um pé, era são, se encheu de bicheira depois que secou toda lameira

Era um tucano abusado, bem garbozão

Gostava de jato, mas se estrepou no nortão

Era uma ave boêmia que afundou na eleição

É o fundo do bolso, é pedágio no caminho

No bolso o desgosto, ficou zeradinho

É estúpido, é estúpido, é um pedágio, é um pedágio

É um pingo pingando, é um desespero aqui dentro, lá vem de novo o dilúvio da Serra Tuitera

É um peixe, é um visa, é um HC de “bobeira”

É a bicicleta da Soninha, sem a roda traseira

É a bicheira, é o rato, é a tábua quebrada

É a garrafa vazia, da radialista chapada

Era um sonho de casa, era uma cama macia

É o carro perdido, na lama, na lama

Era um bom lugar, tinha uma ponte bacana, um rio com peixes, nas margens tinha grama

Agora é um resto de mato, destroços e lama

É o fim dos tucanos no próximo verão

E a promessa de surra na próxima eleição.

É uma cobra, é um poste, é Gilberto, é José

É um espinho na carne, de toda cidade

É o fim dos tucanos no próximo verão

E a promessa de surra na próxima eleição.
 
lambido do: Conversa Afiada

Um comentário: