sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

CARNAVAL DE UBATUBA: FAIXA DE GAZA OU A VOLTA DO REGIME MILITAR

Foi horrível a cena de carnaval da Avenida Iperoig, nesta terça feira, 16/02. Os policiais não souberam administrar o conflito que eles mesmos causaram ao pedir para que desligassem o som do carro, perdendo o controle da situação.

Policiais, sem as mínimas condições de fazer uso de armas de fogo, ficaram a madrugada inteira atirando bombas de gás lacrimogenio e de efeito moral, correndo atrás das pessoas como se fossem gangsters. Mais parecia cenas dos conflitos entre Israel e Palestina.

Demonstraram um despreparo total, do ponto de vista da segurança da população. Agiam com grosseria, violência, gritando contra qualquer cidadão que até aquele momento achava que dava para curtir carnaval em Ubatuba. Não respeitaram ninguém. Mulheres, crianças, idosos e até gestantes foram alvos dessa agressão. Várias pessoas foram encaminhadas a Santa Casa local. Comerciantes eram obrigados a fechar seus estabelecimentos e seus clientes eram obrigados a sair à força. Muitos não pagaram a conta, o que trouxe prejuízos a quem sonhava com os poucos dias do carnaval para livrar-se das contas do IPTU e demais impostos a pagar.

Muita gente ficou indignada com essa situação pois os policiais são pagos pela população para defendê-la e não para agredi-la. Também causou indignação falta de organização por parte da Prefeitura, que mais uma vez deixou a desejar.

O encerramento da festa antes de terminar revela a incompetência daqueles que foram eleitos para garantir melhores condições para o turismo e o comércio local. À população não foi dado o direito de tentar suprir essa incompetência e encontrar alternativas para a continuidade da festa, deixando-a pasma e sem reação.

Na prática, essa situação mostra que para a Polícia Militar ser um instrumento de apoio e segurança e não uma ameaça à populaçã é necessário: a) investimento em formação desses policiais para que saibam enfrentar melhor as diferentes situações; b) melhores salários e equipamentos adequados.

Do outro lado, começamos a sentir os reflexos de uma população analfabetizada pela incompetência de se levar a frente o modelo de educação adotado pelos tucanos nestes últimos 15 anos. Aqueles que se rebelaram contra a policia, atirando pedras e desrespeitando as autoridades fazem parte dessa juventude que passa de ano sem nada saber, e tem dificuldade de viver em coletividade.

O público que foi lesado pela insensatez daqueles policiais em suas ações merece resposta a essas questões:

. Por que a Policia Militar agiu de tal forma?

. Até quando isso vai continuar acontecendo?

. Qual é a garantia de responsabilidade e atribuição do Estado quanto à segurança da sociedade?

É preciso atitude e apuração dos fatos por parte das autoridades, seja ela política, jurídica ou administrativa, para que, diante da fraqueza do Estado, não tenhamos que nos valer da segurança privada , como já ocorre com as classes A e B.



Gerson Florindo de Souza

Vice Presidente do PT de Ubatuba, Sindicalista dos Bancários da CUT e Coordenador da ONG CIDADE & CIDADÃO em Ubatuba.

Um comentário:

  1. sempre adorei ubatuba eu e minha família nao temos imóvel próprio mas esperamos sempre ansiosos pelas férias de verão pra poder ir curtir as praias e passear pelos lugares maravilhosos que lá existem ,mas desta vez no carnaval apesar do sol e do mar lindo ubatuba deixou a desejar ,o que vimos foi o comércio prejudicado pelos decretos do prefeito e abuso de poder dos policiais também pela vontade do senhor prefeito .é lógico que a policia deve estar presente sim pra manter a ordem mas não para tratar as pessoas com falta de respeito ,parecia uma ditadura sim regime militar nem escutar música podiam os jovens .quamto mais dançar e pular o carnaval é que pena assim os turistas acabam arrumando um lugar onde possam ser mais bem tratados ,patrícia de são paulo

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