Do professor Demerval Saviani, professor emérito da Unicamp, na Carta Capital:
Fica, pois, como desafio imposto ao último ano do governo Lula e ao próximo presidente a ser eleito em 2010: a instituição de um sistema nacional de educação que, sob a coordenação da União, articule a participação em regime de colaboração dos estados e municípios, assegurando uma educação pública com um mesmo e elevado nível de qualidade. Para isso será necessário, em consonância com o discurso hoje consensual que atribui à educação formal a posição de fator econômico estratégico, tomá-la como o eixo do próprio projeto econômico nacional. Isso implicará transportar para a educação todos os recursos disponíveis, pois ela se tornará a via pela qual serão atacados todos os problemas do País.
Trata-se de mudar o próprio modelo de desenvolvimento econômico que, desde o início do século XX, vem tendo como eixo o automóvel (fordismo e toyotismo) deslocando-o para a educação. Essa mudança permitirá um crescimento com maior distribuição de renda e estimulador da igualdade social. Além de não apresentar efeitos colaterais negativos, já traz consigo o antídoto aos efeitos negativos na montagem dos currículos formativos dos vários níveis de ensino. Essa é a verdadeira solução e, portanto, o grande desafio a ser enfrentado.
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