Bloco de apoio a Lula se une em SP em torno de candidato único e amplia oposição a Serra
REGIANE SOARES
da Folha Online
Dirigentes e parlamentares do PDT, do PT, do PC do B, do PSB, do PSL, do PSC, do PRB, do PTN e do PPL (ainda em formação) se reuniram hoje em São Paulo para definir as estratégias para a construção de uma candidatura única ao governo do Estado.
No plano nacional, esses partidos fazem parte da base de sustentação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em São Paulo, entretanto, algumas dessas legendas --como PDT e PSB-- são aliados do governador José Serra (PSDB), que faz oposição a Lula.
Na reunião, os partidos formaram grupos de trabalho para elaborar uma agenda política comum. Os grupos serão divididos entre os dirigentes estaduais dos partidos, os parlamentares na Assembleia Legislativa, na Câmara e no Senado, que farão um diagnósticos dos problemas do Estado, a elaboração de propostas para um programa de governo, além da elaboração de seminários para discutir o assunto. Serão agendada pelo menos mais três ou quatro reuniões até o fim do ano.
A reunião foi realizada a convite do presidente estadual do PDT em São Paulo, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, e reuniu os principais líderes dos partidos no Estado, como o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, o presidente nacional do PSB, Márcio França, entre outros.
"Nosso objetivo é a construção de uma candidatura única do campo popular progressista em São Paulo", afirmou Paulinho, que não informou quando será definido ou anunciado o nome do candidato da oposição. "Quem sabe em junho [de 2010], nas convenções dos partidos", disse.
Berzoini disse que o PT está aberto a discutir as indicações e ressaltou que a reunião de hoje não era para falar em nomes. "Esta é uma reunião desprovida de nomes. Quero deixar claro que é um processo de igualdade entre os partidos e que todos devem apresentar alternativas para todos os cargos majoritários: governador, vice e dois [candidatos] ao Senado", afirmou Berzoini.
A candidatura dessa frente em São Paulo está indefinida. O PT, por exemplo, tem pelo menos seis pré-candidatos a governador, entre eles o deputado Antonio Palocci e o senador Eduardo Suplicy. Outro nome que ganhou força entre os aliados é o do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) --defendido hoje por Paulinho.
"Esse é um bom discurso para ser candidato ao governo", afirmou Paulinho depois que Mercadante defendeu a mudança no comando do Estado --que há mais de 16 anos é administrado pelo PSDB.
O PSB também não definiu se lançará o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao governo paulista, como deseja o presidente Lula, ou à Presidência da República. A definição deve sair em 2010.
Independentemente de quem seja o candidato, o presidente estadual do PT em São Paulo, Edinho Silva, acredita que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do PT à Presidência, terá um palanque forte em São Paulo. "Não será um palanque frágil", afirmou o petista, que pretende atrair ainda partidos como o PTB, PP, PR, PTB e PMDB, que está rachado e em São Paulo defende a candidatura do governador José Serra (PSDB) à Presidência.
Assembleia Legislativa
Além da discussão de uma candidatura única, a reunião de hoje também deve ter consequências na Assembleia Legislativa de São Paulo.
A ideia é que os partidos que se reuniram hoje comecem a fazer parte da bancada de oposição a Serra, que atualmente reúne apenas o PSOL, PC do B e o PT.
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