Sábado à noite (24/10/2009, próximo à meia noite), Sistema Brasileiro de Televisão (SBT). Na tela, Sílvio Santos, José Serra, Gilberto Kassab e “aspones”. O dono do SBT faz elogios rasgados ao governador e ao prefeito, os quais, nas palavras do próprio Kassab, formam “a dupla que governa bem São Paulo”. Serra, por sua vez, diz que é “tão bom cantor quanto governador”.
Entre elogios e auto-elogios, o homem do baú e os chefes dos Executivos municipal e estadual paulistas ocupam minutos infindáveis daquela concessão pública para fazerem escancarada campanha eleitoral. No dia seguinte (este domingo), acesso o site do jornal Folha de São Paulo e vejo, de cara, três ou quatro textos sobre a “campanha eleitoral” que Lula e Dilma estariam fazendo.
Todo dia é isso. Globo, SBT, Bandeirantes, TV Gazeta, CBN, Eldorado, Folha, Estadão, Veja, O Globo, UOL, IG, Terra, G1... Em todos esses veículos, acusações a Lula e a Dilma de que estariam fazendo campanha eleitoral. Não se vê uma só dessas acusações a Serra.
Jamais vi na TV tão acintoso uso eleitoral de uma concessão pública para promover dois políticos como vi no SBT ontem à noite. Em minha opinião, aquilo constitui motivo mais do que suficiente para que o PT, ao menos, tome uma atitude. Silvio Santos prometeu ali ser um dos mais engajados cabos eleitorais de Serra no ano que vem. Só que o SBT não é dele, é concessão pública...
A única forma de fazer com que a imprensa admita que Serra está usando os cofres públicos, as concessões públicas e, numa estranha aliança, a mídia privada para fazer campanha eleitoral antecipada, será o PT fazer uma queixa à Justiça eleitoral, como fazem, direto, o PSDB e o DEM, e por razões muito menos concretas.
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