quinta-feira, 29 de outubro de 2009

BOMBA: a verdadeira história de Zina





No começo do ano, uma equipe do Pânico da TV esteve na Praça Charles Miller, defronte ao estádio do Pacaembu, para repercutir a chegada do atacante Ronaldo ao Corinthians.

Em meio ao povo-fala (jargão jornalístico para as entrevistas com populares), um dos torcedores solta um recado direto ao jogador: “Ronaldo, brilha muito no Corinthians” (sic).

Pronto. O corintiano com olhar fixo e água oxigenada no cabelo curto se transformou no verdadeiro fenômeno corintiano do ano.A curta fala virou vinheta do Pânico em meio a reportagens de todos os tipos. Virou hit na internet. Ficou famoso.

Aí vem a bomba! Realmente incomodado ou devidamente instruído por aproveitadores de plantão, Marcos da Silva Heredia (que ficaria famoso como Zina) entrou na Justiça contra a RedeTV em 22 de maio – prestem bastante atenção às datas – com pedido de indenização por danos morais.

“Ao ser entrevistado sobre a estréia do jogador ‘Ronaldo’, o requerente respondeu em sua forma habitual, e seu modo de falar o nome ‘Ronaldo’ foi alvo de chacota e gozações dos entrevistadores.” (sic)

“O requerente vem sofrendo com o assédio de maneira que sua rotina foi alterada, não podendo sair de casa, pois sempre é reconhecido como ‘Ronaldo’, o que está deixando emocionalmente abalado.” (sic)

O valor da ação: R$ 232.500,00.

Em meio aos documentos, Zina anexou um laudo que diz ser “portador de transtorno mental grave”. A Justiça decidiu suspender o processo:

“1.O autor alega ser portador de transtorno mental grave e junta
aos autos laudo médico expedido pela Secretaria Municipal de Saúde (fls.20), o que, em princípio, faz presumir sua incapacidade para a prática dos atos da vida civil e, por via de consequência, sua incapacidade processual.

2.Assim sendo, determino emende o autor a petição inicial, no prazo de dez dias, juntando aos autos prova documental idônea de sua saúde mental, sob pena de indeferimento.
Int. e Dil.

São Paulo, 26 de maio de 2009
NILSON WILFRED IVANHOÉ PINHEIRO
Juiz de Direito”


Pouco mais de um mês depois, Zina estreou no palco do Pânico na TV. Era dia 28 de junho. Durante longa apresentação, foi saudado como “o poeta de uma palavra só”.

No dia seguinte, 29 de junho, o próprio Zina pediu a extinção do processo contra a RedeTV.

Para quem tem qualquer dúvida, o número do processo é 020.09.006929-3 (2ª Vara Cível – Foro Regional XII – Nossa Senhora do Ó). A consulta é pública.

A origem do mal

O apelido Zina, alcunha do pobre integrante do Pânico preso hoje por porte de cocaína, tem origem mais do que elucidativa: quando menor, ele era viciado em BENZINA, segundo pessoas da produção do programa.

Para quem já sabia disso, o cuidado com o psicológico do rapaz deveria ter sido redobrado.


Zina é preso

Para os iletrados: Zina é o novo integrante do Pânico na TV, que ganhou notoriedade por dizer Ronaldo com forte entonação no a. É isso. Um pobre coitado que ficou famoso, do dia para a noite, após um povo-fala na porta do Estádio do Pacaembu. De um zé-ninguém da comunidade da Xurupita, tornou-se o responsável por catapultar a RedeTV à liderança de audiência.

Marcos da Silva Heredia foi detido, no início da manhã de hoje, com uma cápsula de cocaína na Rua Capela da Lagoa, 100, no bairro Panamericano, Zona Norte, por volta das 7h de hoje.

De acordo com o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), houve uma denúncia, por volta das 7 horas, de que pelo menos dois homens estariam armados, na Rua Capela da Lagoa, na altura do número 100, bairro Panamericano. Os soldados se dirigiram ao local e de fato acabaram encontrando Zina e outro homem. Ao tentar abordá-lo, o integrante do Pânico resistiu e acabou detido. Ele foi levado para o 74º.

Piadas à parte (tinha de ser corintiano!), o que poderia se esperar da exploração de um pobre coitado que conheceu a fama em tão pouco tempo, sem qualquer estrutura emocional e psicológica para encará-la?

A casa que ele ganhou compensa o prejuízo?

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