terça-feira, 22 de agosto de 2017

Renda mínima universal, lucros privados máximos


Empresas bilionárias como Facebook, Google e Apple andam defendendo a adoção da Renda Mínima Universal.

Elas sabem que as inovações tecnológicas que lhes garantem imensos lucros podem destruir tantos empregos, que, sem essa “mesada universal”, o caos social seria inevitável. A Inteligência Artificial, por exemplo, poderá substituir nos próximos anos tanto taxistas (e “uberizados”), como jornalistas, médicos e advogados.

Mas quem pagaria a conta? O poder público, respondem.

E, aí, começam os problemas. É o que mostra um artigo publicado por Jaime Bartlett no portal BBC. Um dos destaques do texto é a aversão desse pessoal que ocupa o Vale do Silício ao pagamento de impostos.

No local onde estão Google, Apple, Facebook, as empresas pagam impostos sobre a propriedade a uma taxa de 1% do valor de todos os seus edifícios e equipes.

Ou seja, essas novíssimas empresas querem que o Estado banque a renda mínima para diminuir os estragos que causam nos níveis de emprego, mas se recusam a participar de seu financiamento pagando impostos na proporção de seus enormes lucros.

Quem não está gostando nada disso são os setores tradicionais do capital, cujas atividades são mais tributadas. São muito menos do que deveriam ser, é verdade, mas nenhum capitalista gosta de diminuir suas margens de lucros em favor do bem público.

Nada disso impede que a esquerda discuta a importância tática de lutar por uma renda básica digna para todos. Ao contrário, essa questão pode estar iniciando uma briga entre os cachorros grandes do capital. Não se trata de escolher de que lado ficar nesse possível confronto, mas de explorar suas contradições.

http://pilulas-diarias.blogspot.com.br/2017/08/renda-minima-universal-lucros-privados.html





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