terça-feira, 22 de agosto de 2017

Os PMs que matam e os PMs que morrem

Os PMs que matam e os PMs que morrem

Em meio à onda de mortes de PMs no Rio de Janeiro, escapa ao senso comum o fato de que pode haver dois tipos de policiais. Alguns estão condenados a morrer, outros, encarregados de executar.

É o que discute, por exemplo, A PM que mata e a PM que morre. Esta pílula de 2015 utiliza números daquele ano sobre a polícia paulista. Os dados sugerem que é falsa a ideia de que a alta taxa de mortes de policiais resulta de enfrentamentos com bandidos.

Ao contrário, na grande maioria das vezes em que a PM mata, suas vítimas estão dominadas. E muitas das mortes de PMs também resultam de execuções. Parece haver uma espécie de divisão macabra de tarefas.

De um lado, os policiais encarregados de executar criminosos, muitas vezes meros suspeitos. De outro, aqueles abandonados à própria sorte, quando surpreendidos ou emboscados por bandidos. O fato de que alguns dos executados possam ser também executores não ameniza a selvageria da situação.

“Em comum entre os que morrem e os que matam, salários baixos e origem pobre”, dizia a pílula. Enquanto isso, para a alta hierarquia policial e governamental, “só importa que os mortos, civis ou militares, continuem a ser os mais pobres e pretos”.

Não há razões para acreditar que esta situação se restrinja a São Paulo ou tenha mudado nos últimos anos. A lógica militarista assassina das PMs continua forte e generalizada.

A esquerda e os setores populares devem continuar denunciando a repressão policial, mas para realmente enfrentá-la, é preciso compreender seu caráter de classe também no interior dos aparelhos policiais.

http://pilulas-diarias.blogspot.com.br/2017/08/os-pms-que-matam-e-os-pms-que-morrem.html

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