segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Nosso Sol anda muito calmo ultimamente. Até quando?

Quem acompanha a atividade solar já percebeu que já faz algum tempo que nossa estrela não apresenta grandes explosões. Será que essa calma é apenas momentânea ou seria o prenúncio de um declínio da atividade solar?
Atividade Solar caindo
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Para quem não sabe, a cada 11 anos o Sol passa por momentos alternados de alta e baixa atividade eletromagnética, conhecidos por mínimos e máximos solares. Esse período é chamado de ciclo solar ou de Schwabe e desde que as observações começaram a ser feitas já foram contados 24 ciclos até o ano de 2015.
Durante o máximo solar, grandes manchas e intensas explosões ocorrem quase diariamente. As auroras surgem nas latitudes médias e violentas tempestades de radiação podem danificar as redes de distribuição de energia e os satélites na orbita da Terra.
No Mínimo Solar ocorre o contrário. Quase não existem flares e semanas podem passar sem que uma única mancha quebre a monotonia branca do disco solar.
Ao que tudo indica, o ápice do atual Ciclo Solar 24 ocorreu entre setembro e dezembro de 2014, o que significa que a atividade Sol está na fase de declínio, o que explicaria a diminuição das manchas observadas na fotosfera solar e as poucas ejeções de massa coronal, CME, observadas nos últimos meses.
A última vez que passamos por um período semelhante foi em 2002, quando o intenso ciclo solar 23 entrou em queda, após um período de severas ejeções de massa coronal e poderosas tempestades geomagnéticas. Ao final de 2009 o Ciclo 23 atingiu o nível mínimo, abrindo as portas para o atual Ciclo 24, que agora também começa a declinar.
Os estudos modernos da atividade solar são relativamente recentes e não existem séries históricas muito longas que permitam prever a atividade do Sol baseado em seu comportamento passado. O próprio ciclo de 11 anos não é tão preciso e alguns períodos levaram mais ou menos tempo para serem completados.

Grafico do Ciclo Solar
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Entre 2008 e 2009, por exemplo, as erupções solares praticamente cessaram e o mínimo solar foi considerado o mais longo e profundo em um século. O sol ficou tanto tempo sem atividades intensas que até os especialistas se perguntavam quando o máximo solar voltaria.
O fato é que desde 2002, a atividade solar vem apresentando queda sistemática. Em 2014, o número máximo de grupos solares observados foi 75% menor que o observado em 2001.

Enfraquecido, mas extremamente perigoso
Embora o atual ciclo solar 24 esteja em declínio, isso não significa que não teremos mais explosões solares. Muito pelo contrário.
De acordo com Doug Bieseker, do Centro de Previsão do Tempo de Clima Espacial, SWPC, da NOAA, a maioria dos grandes eventos, tais como erupções fortes e tempestades geomagnéticas significativas ocorrem tipicamente na fase de declínio dos ciclos solares, mesmo os mais fracos.

Inverno Implacável
O mínimo mais longo da história, o Mínimo de Maunder, ocorreu entre 1645 e 1715 e durou incríveis 70 anos. Manchas solares eram extremamente raras e o ciclo solar de 11 anos parecia ter se rompido. Esse período de silêncio coincidiu com a "pequena Era do Gelo" uma série de invernos implacáveis que atingiu o hemisfério Norte.
Por razões ainda não compreendidas, o ciclo de manchas solares se normalizou no século 18, voltando ao período de 11 anos. Como os cientistas ainda não compreendem o que disparou o Mínimo de Maunder e como pode ter influenciado o clima na Terra, a busca por sinais de que possa ocorrer de novo é um trabalho constante nas pesquisas.


Artes: no topo, o Sol registrado em ultravioleta extremo na manhã de 26 de janeiro de 2015 pelo satélite SDO, da NASA. Acima, gráfico mostra o ciclo da atividade solar nos últimos 15 anos e a previsão até o final da década. 

s: NASA/SDO, NOAA/CréditoSWPC, Apolo11.com.

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