A situação começa a sair do controle.
Nas redes sociais os relatos sobre a falta d'água se multiplicam.
Assim como aumenta indignação pelo fato de o governador Geraldo Alckmin e os diretores da Sabesp, bem como políticos tucanos, além de nada terem feito para diminuir os danos da catástrofe, mentiram com a maior cara de pau para ir bem na eleição do ano passado.
Como, de fato, foram.
Geraldo deu uma lavada nos adversários.
O eleitorado paulista, a crer na votação que ele teve, considera o moço de Pinda um grande estadista.
Afinal, não é isso que praticamente todos os veículos de comunicação dizem, dia após dia, há duas décadas?
Hoje, o que se vê é um governador completamente aturdido, e em consequência, inerte, pela dimensão do problema que criou com a sua incompetência e incúria administrativas.
Suas raras declarações são patéticas, da mesma forma que as dos diretores da Sabesp.
Essa tática, de fingir que tudo está bem, de fugir o quanto pode das raras perguntas incômodas, funcionou a contento para Geraldo e sua turma até agora porque, simplesmente, os problemas que eles ignoravam não tinham nem a dimensão desta tragédia hídrica, nem eram facilmente verificáveis.
Apesar da percepção de que a segurança pública, a saúde, a educação, o funcionamento do metrô, por exemplo, se deterioram no reinado tucano, sempre havia um jeito de distorcer os números para dizer que a realidade não era exatamente do jeito que todos a viam.
Com a cumplicidade de uma falsa imprensa, só preocupada em fustigar o governo trabalhista de Brasília, Geraldo mentiu e iludiu - e convenceu o paulista de que era um líder excepcional.
Se no Brasil houvesse um Judiciário de verdade, e não esse simulacro de poder com que nos acostumamos a conviver, Geraldo e sua turma estariam, neste momento, mais preocupados em arranjar argumentos para sua defesa do que com a sua imagem pública.
Mas como o Brasil é ainda um ensaio mal elaborado de democracia, esse bando que tomou conta do Estado mais rico e poderoso da federação permanece impune, gastando sua energia não para atenuar as graves mazelas sociais da população, mas em arquitetar planos para se perpetuar no poder.
Para o povo resta apenas uma alternativa: se virar do jeito que for possível.
A famosa locomotiva da nação saiu dos trilhos, essa é a dolorosa verdade.
http://cronicasdomotta.blogspot.com.br/2015/01/a-locomotiva-da-nacao-saiu-dos-trilhos.html
E seu maquinista simplesmente sumiu.
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