Miguel do Rosário, Tijolaço
'Não fosse o humor negro dos internautas, há muito a política brasileira teria se tornado insuportável.
Pois é.
É engraçado, mas é sério.
É a mais triste e dura verdade.
Aliás, isso me lembra uma matéria que li ontem no Liberación, de Paris, sobre a mídia grega.
A matéria dizia que a imprensa grega é repleta de escândalos políticos, mas sempre de um lado só, sempre contra o mesmo grupo político contra o qual ela faz oposição.
No contexto de forte polarização ideológica que vive a Grécia, é fácil supor que a sua mídia defende os mais ricos e atacam qualquer político, mesmo de direita, que ouse se aproximar da classe trabalhadora.
É o que acontece no Brasil.
A mídia é versátil.
Quando um líder da esquerda se afasta da classe trabalhadora, a mídia imediatamente passa a blindá-lo.
Quando um líder da direita se aproxima da classe trabalhadora, a mídia imediatamente passa a atacá-lo.
E assim ela vai posando de imparcial.
Com esse poder, a mídia consegue manipular tudo.
A Lava Jato, por exemplo.
Trata-se de uma investigação importante, que pode nos ajudar muito a lutar contra uma corrupção que vem desde Pedro Alvares Cabral.
Mas a mídia, com seu pensamento fixo de envolver Dirceu, Lula e Dilma, com seu histerismo manipulativo, põe tudo a perder. Transforma tudo num circo de horrores que não gera resultado nenhum.
Youssef, por exemplo, foi, durante toda a sua vida, operador para o PSDB.
É uma pena."
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