Os políticos são, em sua maioria, vergonhosos e corruptos. Mas o ódio e desprezo que a população reserva para nossos representantes é um erro de cálculo, um engano colossal sobre quem são os maiores inimigos internos: os empresários e milionários desonestos que solapam, dilapidam e exploram este País há séculos.
Um estudo seríssimo, da organização internacional Integridade Financeira Global, aponta que, no Brasil, as remessas ilegais de divisas, entre os anos de 1960 e 2012, chegaram a US$ 401,6 bilhões. Para se ter ideia do quanto esses abutres são capazes de rapinar, no mesmo período, foram enviados para o Exterior, dentro da lei, apenas US$ 118,6 bilhões. Grosso modo, essa bandidagem rouba 4 de cada 5 dólares que saem do Brasil.
Se você acha que mensalões e Pasadenas são o que de pior nós temos a resolver, é hora de rever suas prioridades de moralização. Claro que qualquer desvio, falcatrua ou malfeito tem que ser combatido com rigor. Mas enquanto o foco for direcionado para os, digamos, pés-de-chinelo da corrupção, os coturnos dos grandes mafiosos vão continuar pisoteando na nossa cara.
Portanto, quando ouvir alguém bradando e espumando contra nossos políticos, pergunte: e o que Vossa Senhoria propõe contra os que financiam e bancam essa quadrilha alojada nos parlamentos e nos palácios de governo? Aí dá pra começar a conversar.
Deveríamos estar todos cobrando dos senhores e senhoras candidatos nas próximas eleições o que eles pretendem fazer para interromper essa verdadeira sangria desatada. E depois (não custa esticar o assunto), exigir que finalmente o Brasil se iguale aos grandes países capitalistas e passe a taxar pesadamente as heranças e grandes fortunas.
O resto é bobagem ou, no máximo, consequência. É esse dinheiro sujo, protegido pelas bancas de advocacia e bancos de paraísos fiscais, que oxigena o crime organizado e nos condena ao atraso, à miséria e à ignorância. Talvez por isso mesmo ninguém toca no assunto.
http://noticias.r7.com/blogs/o-provocador/2014/09/09/quem-banca-politico-corrupto-e-empresario-ladrao/
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