Mathilde Bagneres, IPS / Envolverde
“Os governos devem implementar leis contra a discriminação e programas de ação afirmativa que ajudem as mulheres a saírem da pobreza, disse em entrevista à IPS a economista Stephanie Seguino. O “financiamento para a igualdade de gênero” está no centro de alguns dos problemas de difícil solução que as mulheres enfrentam no mundo. Também define se existe, ou não, a vontade política de destinar recursos reais para solucioná-los ou simplesmente se fala sem chegar a nada de concreto.
Entre 27 deste mês e 9 de março, ministros e delegados da sociedade civil se reunirão na sede da Organização das Nações Unidas (ONU) por ocasião da 56ª sessão da Comissão sobre o Status da Mulher (CSM). A reunião deste ano é especialmente crucial porque avaliará até que ponto os governos cumpriram as promessas assumidas na 52ª sessão, em 2008, para estimular o financiamento destinado à igualdade de gênero e ao poder das mulheres.
A IPS conversou com Seguino sobre como a atual crise econômica afetará as mulheres e sobre o papel dos governos na elaboração de políticas que promovam não apenas a igualdade, mas também um desenvolvimento sustentável para toda a sociedade.
IPS: Os baixos salários e o desemprego das mulheres são um problema persistente em todo o mundo desde muito antes da atual crise financeira. Como o financiamento da igualdade de gênero pode enfrentar estes assuntos?
Stephanie Seguino: Alguns dos problemas de baixos salários e desemprego das mulheres podem ser tratados por uma perspectiva de gênero ao se abordar os gastos públicos, bem como as políticas antidiscriminatórias. Claramente, são cruciais as políticas para promover a educação das meninas. Entretanto, mais do que isso, as políticas para reduzir a carga que implicam para as mulheres os cuidados de outras pessoas e para promover a participação dos homens nas tarefas de cuidados não remuneradas – como a licença paternidade – liberam tempo das mulheres para realizarem trabalhos pagos. Também ocorre que os investimentos públicos em infraestrutura, que melhoram o acesso das mulheres aos cuidados com a saúde – clínicas rurais, pessoal qualificado – e reduzem o tempo que passam em busca de água e combustível, ou levando produtos ao mercado, as ajudam a participar de atividades produtivas.
Entrevista Completa, ::Aqui::
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