O Ministério Público Federal no Distrito Federal arquivou nesta segunda-feira pedido de uma associação de militares para censurar a novela do SBT "Amor e Revolução", que retrata a repressão a militantes de esquerda durante a ditadura (1964-1985).
Segundo a Procuradoria, não foram apresentados elementos mínimos para justificar a investigação.
Em um abaixo-assinado na internet, a Abmigaer (Associação Beneficente dos Militares Inativos e Graduados da Aeronáutica) evocava a Lei da Anistia, que não instituiu qualquer tipo de cerceamento a informações sobre o período, para pedir a censura.
"É óbvio que o governo federal, através da Comissão da Verdade, recém-criada, está participando do acordo em exibir a novela", diz o manifesto.
O texto relaciona a novela ao caso do Banco Panamericano. Em janeiro, o apresentador Silvio Santos vendeu o banco ao BTG Pactual por R$ 450 milhões. A venda aconteceu após fraudes que causaram um rombo de R$ 4,3 bilhões.
"Conjecturar que a teledramaturgia será exibida em troca de negociatas, objetivando desqualificar a imagem das Forças Armadas, pode ser tão nocivo quanto censurar o folhetim", afirma o procurador Peterson de Paula Pereira.
O grupo conseguiu 839 assinaturas desde o começo do mês.
Para o autor da novela, Tiago Santiago, a tentativa era inconstitucional e interessava apenas a "torturadores e assassinos" do regime.
Uma das cenas de tortura mostradas da novela "Amor e Revolução", exibida no SBT |
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