Em conversas com pessoas de famílias que migraram ou estão migrando das classes D e E para a C, e vivem com renda familiar em torno de R$ 2 mil, a primeira impressão é a de um refrescante otimismo. Além do entusiasmo que demonstram quando falam de conquistas recentes, relacionadas sobretudo ao consumo, parecem olhar o futuro de forma confiante.
o Jardim Marquesa, periferia da zona sul de São Paulo, a vendedora desempregada Solange Ferreira Luz, de 36 anos, é capaz de listar em minutos uma dúzia de boas coisas que aconteceram em anos recentes com ela, o marido e os filhos - a menina de 12 anos e o garoto, de 10. Com uma renda familiar em torno de R$ 1.800, eles conseguiram reformar e pintar a casa e comprar o primeiro carro da família, um Corsa 2007, além de uma TV de plasma, uma geladeira nova, um computador e outras coisas. O marido, com carteira de trabalho assinada, retomou os estudos. Com parte das despesas escolares custeada pelo patrão, agora cursa direito.
Nesse cenário, o que não vai bem? A resposta de Solange sai de bate-pronto: "A maior preocupação é a escola dos filhos. Não poderia faltar professor do jeito que falta. Se tivesse dinheiro, matriculava em escola particular."
A mãe de Solange trabalhou quase toda a vida como faxineira e não concluiu o primeiro grau. A filha foi além, até o ensino médio, e agora sonha com a universidade para os filhos. Foi essa preocupação com a educação que a levou a adquirir o computador, com acesso à internet, e a se tornar mais exigente em relação à rede pública de ensino.Leia todas as matérias publicadas no jornal O Estado de São Paulo, clicando aqui
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