O calvário da oposição

Após a terceira derrota consecutiva nas urnas, na disputa pela Presidência da República, a oposição entra em um acelerado processo de decomposição. O ex-PFL e ex-ARENA, que já foi um dos maiores partidos do país,  ou DEM, como é conhecido atualmente,  vem se esfacelando desde que o  prefeito Gilberto Kassab abandonou a legenda para criar o PSD, partido que não é de direita, nem de esquerda, nem de centro (?) e que poderá fazer parte da base governista.
Em Santa Catarina, o governador Raimundo Colombo está de malas prontas para desembarcar na nova casa, em companhia de Paulo Bornhausen. A eles, se juntarão vários deputados estaduais, prefeitos e vereadores. Em São Paulo, o vice governador Guilherme Afif seguirá o mesmo caminho. O tesoureiro, Saulo Queiroz se junta ao grupo rumo aos braços de Kassab.
Alguns caciques desta tribo arrasada, cogitam a hipótese de fusão com o PSDB, embora outros como o deputado goiano Ronaldo Caiado e o senador pelo Rio Grande do Norte, José Agripino sejam contrários a idéia. Quando Jorge Bornhausen desejou “acabar com essa raça”, se referindo ao PT, jamais imaginou que o feitiço pudesse se voltar contra o feiticeiro.
O PPS, que já foi PCB, passa por situação semelhante, com a migração de parlamentares para o PSD. O presidente do partido, deputado Roberto Freire, desacreditado em sua terra natal, Pernambuco, por ter se transferido para São Paulo, afirma que vai requerer os mandatos junto ao TSE. Muitos filiados estão sendo expulsos de diversos diretórios espalhados por todo o país. Em Pernambuco, por exemplo, deverão ser mais de 40. No Paraná seriam 37, incluindo-se dois prefeitos, quatro vices e 31 vereadores.
O PSDB, também entra na dança e já perdeu 7 vereadores em São Paulo, incluindo-se na relação, o presidente da Câmara Municipal, José Police Neto, e pode chegar enfraquecido na disputa com o PT pela prefeitura da maior cidade do país. Na alto escalão, enquanto FHC, com seus artigos, desagrega mais que José Serra, Aécio Neves se esbalda nas madrugadas cariocas. Mais afeito às baladas do que à tribuna do senado, o aliado dos drinks e adversário dos bafômetros se recolhe ao seu inferno astral, após ser flagrado em total desrespeito às leis de trânsito.
A semana santa se foi mas o calvário da oposição permanece.

Fontes : Folha e Estadão
do blog da Dilma