Por Mauro Santayana
Entre os documentos diplomáticos divulgados, há um, sobre o Brasil, que merece comentário especial. Os norte-americanos, ao analisarem nossa política estratégica, afirmam que há uma tradicional “paranoia” do Brasil com relação à Amazônia.
O vocábulo vem a calhar, como dizem nossos irmãos portugueses. Paranoia, segundo os especialistas, é uma visão paralela da realidade, uma deturpação mental, que pode designar personalidade reduzida e atormentada pelo medo, mas também identificar alguém que se julga em plano superior, como um titã, ou um deus. Se partirmos dessa definição científica, os Estados Unidos são exemplo clássico de nação paranoica.
O que é a grande virtude dos Estados Unidos, a colonização do território pelas puritanos ingleses, e sua obstinação pela liberdade, pode ser entendido, também, como fragilidade. O fundamentalismo protestante, que se expressou na perseguição às bruxas e na violência contra os pecadores, é também reconstituído por Nathaniel Hawthorne em A letra escarlate, e pela peça clássica de Arthur Miller The crucible (As feiticeiras de Salém).
Nessa obra, Miller faz inteligente ligação entre a intolerância ensandecida dos peregrinos e a “caça às bruxas” do macartismo dos anos 50. A paranóia americana se revela na oscilação entre o medo e a megalomania, que lhes serve como escudo contra o sentimento de perseguição de que padecem.
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