segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mídia faz campanha por nome e por política conservadora no BC



Reunião do Millenium

A pretexto das indicações prováveis e/ou hipotéticas para o ministério da nova presidenta, Dilma Rousseff - a ser empossada daqui a pouco mais de um mês - a equipe econômica está na berlinda e volta a discussão das políticas para a economia.
Aqui, ao contrário de outras áreas como a Saúde ou os Transportes, e mesmo a Educação, não se discute os nomes ou a indicação partidária, mas a política econômica. É uma atitude absolutamente correta e deveria ser seguida, pautar mesmo a discussão para todos os ministérios.
Quais são as propostas e a orientação do nome indicado para ocupar a pasta? Elas estão em acordo com os compromissos e o programa de governo que a presidente eleita assumiu com o país?
Mídia se presta ao papel de porta-voz conservador
Na mídia - sempre ela se prestando ao papel de porta-voz dos interesses - um movimento quase unânime exige um nome para o Banco Central (BC) que respeite sua autonomia funcional e uma política fiscal e monetária ortodoxa, com corte nos gastos para garantir a manutenção da atual taxa Selic de juros.
Além destes, há outros argumentos conservadores, sempre embalados numa linguagem técnica e supostamente neutra. Mas, é isso mesmo que vocês leram: exigem uma política fiscal mesmo que essa seja uma atribuição do Ministério da Fazenda!
Para nossos críticos o país vive uma frouxidão fiscal, riscos de inflação interna, pressão da demanda (além da conjuntural, dos alimentos) e externa e aumento das commodities. Esse quadro colocaria a estabilidade econômica em risco e, segundo propagam, exige um drástico corte de gastos e um aumento da Selic.
Política de Dilma não é a que estes adversários querem
Isso sem falar na carga de cavalaria contra o que eles chamam de maquiagem no superávit. Acusam o governo de esconder um superávit menor com os recursos da capitalização da Petrobras, utilizados corretamente. Com eles a estatal pagou pela reserva do pré-sal de propriedade não dela, mas da União e de toda a nação. Portanto, dinheiro vivo, líquido e certo, que entrou no caixa do governo, queiram ou não nossos críticos.
No caso concreto da montagem da equipe econômica nossos críticos, e parte da mídia, estão certos. Os nomes para a área devem trazer consigo uma concordância com a política programática da presidente eleita na área econômica. Mas esta política, evidentemente, e salta aos olhos, não é a advogada por eles.
Até porque a presidenta eleita foi ministra nos dois mandatos do presidente Lula e seu programa de governo, aprovado nas urnas, não deixa dúvidas sobre o caminho que seguirá. Que, insisto, definitivamente não é o advogado pelos nossos adversários que têm na imprensa seu grande porta-voz.
By: Zé Dirceu

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