Custei a acreditar nestes olhos cansados que a terra há de comer ao ler no Twitter que simplesmente ¾ da população brasileira passaram a noite de ontem grudados aos seus televisores assistindo à final do Big Brother Brasil.
Não saberia descrever precisamente o que senti naquele momento. Poderia ser revolta, mas acho que foi tristeza.
Parcela tão significativa do povo jogando algumas horas de sua vida fora, unida em uma torcida inexplicável por uma cretinice completa, para que algum daqueles seres absolutamente inúteis como exemplos de qualquer coisa enriquecesse sem fazer força.
Um povo tão carente de cultura deveria estar recebendo informações e entretenimentos que estimulassem a evolução intelectual e elevassem o espírito, mas se vê tão assolado pela mediocridade midiática que até dentro daquele jogo patético acabou fracassando.
O único integrante daquele programa que conheci, tendo sido por força das cretinices homofóbicas que proferiu sobre formas de transmissão da Aids, venceu uma votação que congregou espantosos cento e cinqüenta milhões de brasileiros, segundo a Globo.
Aliás, pensando bem, faz sentido. Quem melhor representaria o espírito daquela atração deprimente? Faz bastante sentido. O que não faz sentido nenhum é quase uma nação inteira parar para ver aquilo. Isso é muito triste.
Escrito por Eduardo Guimarães, Cidadania.com
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