quarta-feira, 10 de março de 2010

Cuba: versões e explorações sobre a greve de fome

quarta-feira, 10 março, 2010 às 15:13

Já toquei nesse assunto aqui, sabendo que é delicado e gera incompreensões. Acho que o governo brasileiro deve dialogar com o governo cubano para por fim ao impasse causado pela greve de fome de Guillermo Fariñas Hernández, que já dura 15 dias.


Isso não exclui o que disse o presidente Lula, ontem, dizendo que o Brasil respeita o sistema judiciário cubano, como quer ver respeitado o seu. Diálogo

Agora, porque o presidente brasileiro usou a comparação deste dissidente com bandidos, que está gerando tantas críticas? Porque Guillermo Fariñas tem sobre si condenações criminais. Uma primeira, de 1995, quando agrediu uma funcionária do posto de saúde onde trabalhava como psicólogo. A segunda, em 2002, quando agrediu uma pessoa idosa usando um bastão, tão fortemente que tiveram de extrair-lhe o baço. Por isso, ele foi condenado a 5 anos e 10 meses de prisão, por um tribunal da cidade de Santa Clara. Desde então, vem usando greves de fome como instrumento de pressão. Mesmo assim, ele ganhou, em dezembro de 2003, licença para cumprir a pena em liberdade.

Estas informações eu reproduzo do jornal cubano Gramma. Nossa imprensa, em geral, as omite. Se não são verdadeiras, caberia apurá-las, não escondê-las.

Nenhuma razão, porém, justificaria que deixasse de se dar a ele o melhor atendimento médico que se puder, caso persista nesta greve de fome. O melhor, porém, é que desista dela e use a notoriedade que ela lhe deu para travar seu combate político, se o deseja, contra o governo cubano. Mas parece que parte da oposição cubana prefere mais um caso de morte, pelos efeitos políticos que ela lhes trará.


Brizola Neto

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