A revista Veja arranjou um canto para José Serra (PSDB/SP) aparecer na edição em que Dilma Rousseff foi capa.
Trata-se de um artigo fora de hora, e com um autor inapropriado, sobre os 25 anos de "nova república", sob título "Vida longa à Nova República".
O termo "nova república", foi cunhado pelo grupo político de Tancredo Neves para cravar um marco histórico na redemocratização do Brasil, a partir do retorno ao governo civil, em 1985.
A redemocratização tornou-se institucionalmente sólida com a constituinte de 1988, com a volta das eleições diretas, e continua cada vez mais sólida, à medida que o governo Lula conseguiu juntar as liberdades democráticas com a democratização do próprio governo, governando para todos, e não só para a elite.
A rigor, o período político "nova república" na história do Brasil, pode-se dizer que acabou em 2002, com a eleição do presidente Lula, e com a destituição da oligarquia política demo-tucana formada pelo PFL-PMDB-PSDB.
A nova república surgiu da união do PMDB antigo (o PSDB ainda não existia e seus membros eram todos do PMDB) com a dissidência de políticos que saíram do PDS (novo nome da ARENA, o partido de apoio à ditadura) para formar o PFL (renomeado como DEMos), apoiando Tancredo Neves.
O artigo de Serra foi fora de hora, porque a eleição de Lula é uma ruptura, democrática, com as oligarquias da nova república. Mesmo com adesão ao governo Lula do PMDB que formava a nova república, o governo Lula difere dos governos anteriores. Foi o PMDB quem precisou se adequar, bem ou mal, ao novo figurino político. Só faria sentido falar em continuidade da nova república se Serra levasse de volta ao poder as oligarquias políticas demo-tucanas, em 2011.
O autor também é inapropriado, porque Serra era personagem secundário na formação da Nova República, e no final do período, quando ele teve maior relevância, o grande líder demo-tucano foi FHC. Se a revista Veja quisesse escrever a respeito, deveria recorrer à lideranças vivas que protagonizaram aquela época: José Sarney, Fernando Lyra, FHC, Marco Maciel, etc.
Mas quem disse que a Veja está interessada na história recente do Brasil? Ela quis só é ceder suas páginas para José Serra demarcar terreno.
José Serra, envergonhado, esconde FHC
E José Serra é tão "dissimulado" que conseguiu escrever um texto sobre os últimos 25 anos da história política do Brasil sem citar o nome de Fernando Henrique Cardoso (de vergonha e de medo da transferência de rejeição).
Porque Lula inaugurou uma nova era após a nova república
A redemocratização foi uma conquista da nação, para nunca mais perdermos as liberdades democráticas.
Mas a nova república demo-tucana colocou até mesmo a esperança na democracia em risco.
Muitos brasileiros chegaram a se questionar que diacho de democracia era aquela, onde a prosperidade só se via na vida dos políticos. A urna (até eletrônica) chegava nos rincões do Brasil, até em canoas, onde nem tinha luz elétrica, mas a riqueza e prosperidade nacional não chegava ao brasileiro comum.
A democracia não trazia, junto com a urna, a própria luz elétrica, melhor acesso à educação, saúde, e aos meios de produção que gerassem emprego e renda, nem mesmo para tirar eleitores, que tinham ganho direito a votar, da linha de pobreza.
Pois foi o governo Lula que levou o luz para todos junto com a urna, até nos confins da floresta amazônica, e que está levando escolas e universidades à todas as cidades pólos, que está promovendo o desenvolvimento regional, com geração de emprego e renda, e oportunidades para todos.
Foi também o governo Lula que aparelhou a Polícia Federal e a CGU para coibir a roubalheira política, que corroi a confiança na democracia. Ainda acontece, mas cada vez mais está indo para nas barras dos tribunais (e aí, no judiciário, onde reina a impunidade para quem tem bons advogados, já é outro problema brasileiro a ser vencido, mas pelo menos a Polícia Federal está cumprindo o seu dever) .
Por isso o governo Lula demarca o fim da era da nova república demo-tucana, e por isso não queremos ela de volta. Xô José Serra, FHC e sua turma. Longa vida ao governo Lula, que precisa continuar nas boas mãos de Dilma Rousseff.
Fonte: blog A P L
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