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um cientista político ou colunista já disse que o modo operacional do governo Bolsonaro é o caos.
É o conflito constante, movido a paixões mesquinhas, paranoia, conspirações reais ou inventadas, ofensas, calúnias, puxadas de tapete, maus modos, moralidade de baixo calão...
É a própria “milícia” no poder. Por enquanto, só não houve troca de tiros. Por enquanto...
Um resultado é a dificuldade de encaminhar o que a Bolsonaro foi encomendado. Principalmente, reformas econômicas que pretendem exterminar direitos e acabar com a pobreza junto com os pobres.
O outro resultado é que as disputas que polarizam todas as atenções ficam centradas no palácio presidencial ou entre representantes das cúpulas dos três poderes.
Enquanto isso, a oposição parlamentar assiste impotente. No máximo, escolhe alguns lados para torcer. Há quem torça para um Mourão, um Gilmar Mendes, um Rodrigo Maia.
Mas o imobilismo também reina entre as principais forças da oposição de esquerda fora do parlamento.
O fato é que muitos de nós não estávamos preparados para um poder caótico porque não atentamos para o caos que já governava o cotidiano de grande parte da população.
Diante disso, o que fazer? Difícil saber. Mas como disse o colunista Celso Rocha de Barros, da Folha, ser de centro é muito difícil sob um governo Bolsonaro.
Só nos resta radicalizar pela esquerda. Mas radicalizar não significa responder ao fanatismo com fanatismo. Culpar “pobres de direita”, os evangélicos em geral, a “burrice popular”, as “arminhas com dedo”, gritar “bem feito” etc.
Se fizermos assim, o caos continuará a governar, lá em cima, e ainda contará com nossa ajuda, cá embaixo.
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