Da BBC
Ele disse ao programa de rádio Outlook, da BBC, que sua técnica permite colocar os tubarões em "transe", de forma que possam ser examinados por pesquisadores e cientistas sem o estresse da captura.
Segundo o italiano, o primeiro passo para imobilizar um tubarão consiste em atraí-lo usando barulho, comida ou produtos químicos. Para o tubarão branco ele usa sangue de foca, por exemplo.
Avogadri diz que, em geral, a isca fica em uma caixa que permite ao peixe sentir o odor e até ver a comida – embora ele não possa mordê-la.
Técnica
Ele diz colocar as mãos em uma posição específica, que faz com que os animais pensem que seus dedos são peixes.
"Eu faço o tubarão tentar morder minhas mãos. Essa é a parte mais difícil e perigosa, porque se eu for muito rápido o tubarão vai embora e se eu for muito devagar ele me morde".
Caso seja mordido, os dentes do tubarão não perfuram o traje.
Segundo ele, antes de morder, o animal abre a boca para deixar a água entrar e obter oxigênio por meio das guelras. O peixe em seguida fecha a boca e só depois dá a mordida.
"Eu consigo imobilizar o tubarão quando ele está com a boca fechada. Nesse momento, ele não está respirando e eu coloco a mão no nariz dele e começo a fazer uma espécie de massagem", diz.
De acordo com o italiano, a massagem estimula um órgão sensorial do tubarão chamado ampola de Lorenzini. "Eles gostam quando você faz movimentos circulares, começam a sentir uma sensação boa", conta.
"Eles tentam fugir durante uns cinco ou seis segundos, mas quando sentem essa sensação e percebem que não há perigo, muitas vezes param."
Depois de colocar o tubarão em "transe" com a massagem, Avogadri diz que começa a retirar parasitas da pele do peixe.
"O animal pode ir embora, mas percebe que fiz uma coisa boa para ele e por isso, volta – talvez pense que sou uma espécie de 'estação de limpeza'."
Movimentos
Para superar esse problema, Avogadri diz que movimenta o animal na direção da superfície.
Com isso, aproveita para exibir o peixe para turistas que mergulham usando equipamentos simples, como snorkels e máscaras.
O italiano admite que não é possível aplicar a técnica em todos os tubarões, mas garante que nunca teve um acidente grave.
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