Fernando Brito, Tijolaço
Altivez sem arrogância, desapego ao cargo sem servilismo, disciplina em relação à necessidade coletiva sem vassalagem.
Numa palavra: caráter e compromisso com seu país, saindo para facilitar uma solução, sem esconder a origem e a natureza das pressões.
Os “negociadores” europeus, além da recusa do povo grego, receberam o tapa moral que Varoufakis foi capaz de dar, sem reação possível.
Com uma frase daquelas que não ficar eternamente em sua biografia: ” a ira dos credores é trunfo que ostento com orgulho”.
Ministro, não mais!
Yanis Varoufakis
O referendum de 5 de julho de 2015 ficará na história como momento raro, quando uma pequena nação europeia levantou-se contra a servidão da dívida.
Como todas as lutas por direitos democráticos, também essa rejeição histórica ao ultimatum que o Eurogrupo nos fez dia 25 de junho de 2015 arrasta com ela uma etiqueta de alto preço. É pois essencial que o grande capital político que foi outorgado ao nosso governo pela esplêndida votação que o NÃO recebeu seja imediatamente investido num SIM às correspondentes coragem e decisão – para um acordo que envolva reestruturação da dívida, menos austeridade, redistribuição a favor dos mais necessitados e reformas reais.
Imediatamente depois do anúncio dos resultados do referendum, fui informado de uma preferência, de alguns participantes do Eurogrupo e de variados ‘’parceiros’’, que apreciariam minha… ‘’ausência’’ de futuras reuniões; ideia que o Primeiro-Ministro considerou potencialmente útil para que ele alcance algum acordo. Por essa razão, estou deixando o Ministério das Finanças hoje (6/7/2015).
Considero meu dever ajudar Alexis Tsipras a explorar, como melhor lhe pareça, o capital que o povo grego nos assegurou, mediante o referendum de ontem.
E a ira dos credores é trunfo que ostento com orgulho.
O esforço sobre-humano para honrar o bravo povo da Grécia e o famoso OXI (NÃO) que os gregos avalizaram para todos os democratas em todo o mundo, está só começando."
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