Via A Verdade
“Capitalismo e bem-estar social”. Esse era o slogan que as potências neoliberais utilizaram antes e durante a Guerra Fria para expor ao mundo que o modelo econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção também garantiria qualidade de vida às pessoas dos países adeptos.
Para coibir uma era de grandes revoluções ao redor do mundo inspiradas nos avanços sociais soviéticos, EUA e Europa traçaram propagandas e programas milionários para atacar os países socialistas, ao mesmo tempo que exaltavam o capitalismo, mostrando que, à medida que ele se desenvolvesse, desenvolver-se-ia também a qualidade de vida das pessoas.
Contudo, em seus mais de 300 anos, o capitalismo demonstrou total fracasso em conter as crises cíclicas, que acarretam desemprego e corte de verbas destinadas às áreas sociais. Mesmo promovendo guerras, espoliando e subjugando nações inteiras e estabelecendo ditaduras nesses países (para aumentar a influência das metrópoles financeiras), o sistema capitalista não conseguiu se livrar do peso de ter uma economia desacelerada ou encolhida, que agoniza com a possibilidade de seu declínio total.
Um flagrante da sua incompetência é o fato de que a principal potência do planeta, os EUA, tem a maior concentração de pobreza entre os países ditos desenvolvidos, além de um quadro de fome, que vem se tornando um mal quase epidêmico, em que milhões de pessoas dependem de auxílios alimentares de entidades filantrópicas e do governo federal.
Só o principal programa social, o Snap (sigla em inglês para Programa de Assistência Nutricional Suplementar), que é administrado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, atende a cerca de 47 milhões de pessoas. Ele veio para substituir o Food Stamps (espécie de ticket-alimentação fornecido pelo governo desde a década de 1960), que, devido à crescente pobreza nos EUA, precisou de várias modificações, recebendo o novo nome e tendo seu valor aumentado. Seu uso é operado com um cartão eletrônico cadastrado em lojas habilitadas para o auxílio na compra de alimentos. Para o setor do “Bolsa-Família norte-americano” são destinados 78,6 bilhões de dólares. O valor do recurso pode variar de acordo com o tamanho da família, renda e despesas, sendo que, em comparação com o programa brasileiro, tem-se, em média, um valor sete vezes maior.
No entanto, pesquisas divulgadas no próprio site do governo mostram que, mesmo com o benefício, muitas famílias não conseguem se alimentar adequadamente e que o recurso frequentemente não dura até o fim do mês. Mesmo os que possuem alguma renda extra, em sua maioria, não têm condições de complementar as compras do mês com o salário, tendo em vista outras despesas como a de moradia, já que, segundo dados oficiais, 28% dos norte-americanos gastam quase 50% de seu orçamento com o aluguel.
Outro dado importante é que dois terços dos beneficiários são crianças e idosos em situação de vulnerabilidade econômica, lembrando que os EUA possuem 22% de suas crianças abaixo da linha da pobreza.
A extrema-direita norte-americana ataca o programa, chamando os beneficiários de vagabundos, ao passo que usa seus lacaios dentro do Congresso Nacional (como acontece também no Brasil) para barrar a expansão do programa e aumentar as verbas para a compra de armamentos e a promoção de guerras pelo mundo.
Isadora Alves, militante do PCR
http://blogdoitarcio.blogspot.com.br/2015/04/sobe-para-47-milhoes-o-numero-de.html
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