A Nasa lançou recentemente a Orion, primeira de suas novas naves destinada ao transporte de astronautas em substituição aos ônibus espaciais. A agência também está desenvolvendo um enorme foguete que vai rivalizar com o Saturn V. A Europa conseguiu pousar uma sonda em um cometa a 510 milhões de quilômetros da Terra, enquanto a China está trabalhando em sua próxima estação espacial.
Enquanto isso, empresas particulares estão mudando o mapa dos negócios no espaço, ao seguirem com seus planos para realizar voos ao espaço, turismo espacial e até missões para Marte.
Portanto, a partir de 2020, será que teremos uma nova e gloriosa era espacial?
Veja o que eles têm a dizer:
O homem vai voltar à Lua...
Já Monica Grady prevê que alguns grupos estabeleçam uma base semipermanente na Lua. "Não é uma colonização; o local servirá para lançar foguetes que explorarão o Sistema Solar no futuro", diz.
...mas (ainda) não vai a Marte
Para Pace, a questão das parcerias internacionais também foi afetada pela decisão dos Estados Unidos de se dedicar a uma missão para Marte. "Muitas outras agências espaciais disseram que se tratava de algo muito ambicioso. Estrategicamente, escolhemos uma direção que nos tirou das parcerias", diz.
Baker critica a ideia de ir a Marte como "drástica, perigosa e prematura". "A Orion só consegue manter sua autonomia no espaço por três semanas – não serve para abrigar seres humanos no caminho até Marte", explica. "A imagem que a Nasa passa para a opinião pública é muito diferente daquilo que ela tem capacidade para realizar."
China e Índia terão destaque
Scott Pace discorda: "Não creio que se trata de uma corrida. Para a China, a conquista espacial é uma maneira de estimular o orgulho nacional e apoiar o Partido Comunista, assim como uma maneira de melhorar a qualidade industrial e atrair jovens para a área de ciência e tecnologia".
"Nos Estados Unidos e na Europa, cada vez que um novo governo assume o poder, muda as políticas espaciais. Essa descontinuidade gera uma enorme perda de tempo e de recursos", afirma Monica Grady. "A China leva vantagem nessa área ao ter um sistema político não democrático que pode fazer planos com bastante antecedência e que sabe que eles serão cumpridos".
O futuro da Estação Espacial é incerto
"Isso vai depender do futuro das relações entre os dois países. Ambos dependem mutuamente do outro para que o projeto dê certo. Será preciso um grande esforço para isolar isso dos demais problemas nas relações entre russos e americanos", diz ele.
Já Baker acredita que a EEI será tirada da órbita terrestre, já que a Rússia não poderá seguir operando a base sozinha por não ser sua única dona.
"Quando chegarmos em 2020, serão mais de 20 anos desde que os primeiros componentes da EEI foram lançados", lembra.
Pace prevê que em meados de 2020 a China terá uma estação espacial em órbita e afirma que a Europa já está em negociação com o país asiático para ter alguns astronautas a bordo.
Iniciativas privadas podem roubar a cena
"Será algo para os super-ricos, da mesma maneira que os primeiros voos de avião também foram feitos por super-ricos", lembra Monica Grady.
Para David Baker, a iniciativa poderia ser uma maneira de enviar cientistas para experimentos em voos sub-orbitais. "Quando as empresas privadas se consolidarem como algo independente dos governos, teremos resultados surpreendentes", diz.
Já Pace vê com cautela o avanço das companhias particulares. "A falta de planos do governo americano para além da EEI é algo perigoso para o setor comercial espacial emergente. Sem uma demanda governamental clara, é difícil ver como essas empresas poderão se manter sozinhas. Hoje em dia, a Nasa injeta nelas bilhões de dólares para que desenvolvam projetos que atendam à própria Nasa", explica.
O homem continuará a ser audacioso
O que podemos ver? O que podemos aprender e trazer de volta?’", indica Pace. "Em parceria com sistemas robóticos, devemos ir até onde pudermos."
Para Monica Grady, os robôs um dia serão capazes de fazer tudo o que os seres humanos fazem e, para fins científicos, não haverá necessidade de mandar pessoas para missões espaciais. "Mas continuamos curiosos por natureza, temos aspirações e inspirações. Por isso, acho que mesmo com robôs, as pessoas vão continuar querendo viajar para o espaço", afirma.
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