Luis Nassif, GGN
A parceria entre grupos de mídia e governo do estado de São Paulo criou uma miragem que está se esfumaçando com a crise da água: a de que o estado foi bem gerido nos últimos vinte anos.
A enorme blindagem proporcionada, a necessidade de apresentar um contraponto positivo ao governo federal, tornaram o período Alckmin-Serra-Alckmin o mais medíocre da história moderna de São Paulo.
Quase todos os governantes paulistas deixaram marcas na história do Estado, de Paulo Egydio a Franco Montoro, de Orestes Quércia a Mário Covas. Do período Alckmin-Serra, ficam as lembranças de um desmonte geral na administração pública e da mediocridade absoluta, da incapacidade de gerar uma ideia inovadora.
O que se viu foi a anti-gestão, a inércia imperando em todos os níveis administrativos, governantes sem capacidade de decisão até para enfrentar problemas inevitáveis.
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Em 2003, a Grande São Paulo atravessou uma crise de água e os estudos da época já apontavam que, sem novos investimentos, a capacidade de fornecimento de água da Sabesp só bastaria até 2010.
Nada foi feito. A Sabesp serviu apenas como trampolim para operadores do partido, como esse inacreditável Gesner de Oliveira.
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A gestão José Serra foi marcada pela fuga permanente no enfrentamento dos problemas.
Serra foi o principal responsável pela grande enchente de 2008, ao cortar as verbas do Estado destinadas ao desassoreamento do rio Tietê. Quando sobreveio o desastre, escondeu-se da população, não apareceu em público, sequer para coordenar a defesa civil.
Na greve da Polícia Militar escondeu-se no Palácio dos Bandeirantes, recusando-se a negociar. Quando o pau comeu, cedeu depressa, inclusive com concessões na área de aposentadoria que comprometeram as contas públicas futuras do estado.
Na grande crise econômica de 2008, para ser recebido pelo governador, industriais do setor de máquinas e equipamentos ameaçaram se juntar aos trabalhadores para um piquete na porta do Palácio. E não se viu uma estratégia sequer anticíclica. Pelo contrário. Em um momento de crise profunda, Serra implementou a substituição tributária, pressionando ainda mais as empresas e liquidando com as isenções da Lei do Simples.
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Ao final da sua gestão, Serra deixou em crise a Universidade de São Paulo, o Instituto Agronômico, o Memorial da América Latina, o Museu do Ipiranga, o Instituto Butantã, a própria Sabesp, a Fundação Padre Anchieta e o sistema cultural do estado – todos aparelhados por apaniguados ou abandonados à sua sorte, no melhor estilo que o PSDB critica no PT.
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De seu lado, Alckmin assistiu inerte São Paulo caminhar para a potencialmente mais letal crise da sua história: a expectativa de falta d’água generalizada nos próximos meses..
Tendo especialistas de alto nível na Poli ou mesmo no campo federal, levou dois anos para convoca-los e começar a enfrentar a crise.
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No plano federal, o primeiro governo Dilma fez-se merecedor da enxurrada da críticas que se abateu sobre seu voluntarismo.
Se a régua que a mede fosse usada para o governo de São Paulo, Dilma se tornaria uma Margareth Thatcher.
Lá e cá, em Brasilia e em São Paulo, há uma enorme escassez de estadistas ou, no mínimo, de gestores.
A parceria entre grupos de mídia e governo do estado de São Paulo criou uma miragem que está se esfumaçando com a crise da água: a de que o estado foi bem gerido nos últimos vinte anos.
Quase todos os governantes paulistas deixaram marcas na história do Estado, de Paulo Egydio a Franco Montoro, de Orestes Quércia a Mário Covas. Do período Alckmin-Serra, ficam as lembranças de um desmonte geral na administração pública e da mediocridade absoluta, da incapacidade de gerar uma ideia inovadora.
O que se viu foi a anti-gestão, a inércia imperando em todos os níveis administrativos, governantes sem capacidade de decisão até para enfrentar problemas inevitáveis.
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Nada foi feito. A Sabesp serviu apenas como trampolim para operadores do partido, como esse inacreditável Gesner de Oliveira.
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A gestão José Serra foi marcada pela fuga permanente no enfrentamento dos problemas.
Serra foi o principal responsável pela grande enchente de 2008, ao cortar as verbas do Estado destinadas ao desassoreamento do rio Tietê. Quando sobreveio o desastre, escondeu-se da população, não apareceu em público, sequer para coordenar a defesa civil.
Na greve da Polícia Militar escondeu-se no Palácio dos Bandeirantes, recusando-se a negociar. Quando o pau comeu, cedeu depressa, inclusive com concessões na área de aposentadoria que comprometeram as contas públicas futuras do estado.
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De seu lado, Alckmin assistiu inerte São Paulo caminhar para a potencialmente mais letal crise da sua história: a expectativa de falta d’água generalizada nos próximos meses..
Tendo especialistas de alto nível na Poli ou mesmo no campo federal, levou dois anos para convoca-los e começar a enfrentar a crise.
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No plano federal, o primeiro governo Dilma fez-se merecedor da enxurrada da críticas que se abateu sobre seu voluntarismo.
Se a régua que a mede fosse usada para o governo de São Paulo, Dilma se tornaria uma Margareth Thatcher.
Lá e cá, em Brasilia e em São Paulo, há uma enorme escassez de estadistas ou, no mínimo, de gestores.
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