"Confira oito notícias importantes que a grande mídia tem a responsabilidade de divulgar, mas falta coragem (ou interesse?)
1. A riqueza nos Estados Unidos cresceu em US$34 trilhões desde a recessão. Mais de 90% da população não recebeu quase nada dessa quantia.
2. Oito americanos ricos ganharam mais do que 3,6 milhões de trabalhadores que recebem salários mínimos.
Um relatório recente
3. O noticiário fala apenas a 5% da população
Seria um alívio ler um editorial honesto: “Nós valorizamos com carinho os 5% a 7% de nossos leitores que ganham muito dinheiro e acreditam que seus patrimônios, cada vez maiores, estão ajudando todo mundo”.
Em vez disso, a mídia corporativa parece incapaz de diferenciar entre os 5% no topo e o restante da sociedade. O “Wall Street Journal” exclamou: “Americanos de classe média têm mais poder de compra do que nunca”, e, na sequência, : “Que recessão? A economia já saiu da recessão, o desemprego diminuiu…”
O “Chicago Tribune”
4. As notícias televisivas ficaram mais burras para o espectador americano
Uma pesquisa de 2009 do European Journal of Communication comparou os Estados Unidos à Dinamarca, Finlândia e Reino Unido no que diz respeito à transmissão de noticiário doméstico e internacional, bem como de notícias importantes (política, administração pública, economia, ciência e tecnologia) e notícias secundárias (celebridades, interesses humanos, esportes e entretenimento). Os resultados:
- os americanos são especialmente desinformados quanto a assuntos públicos internacionais;
- os entrevistados americanos também não tiveram um bom desempenho no que diz respeito ao noticiário importante relacionado a questões domésticas;
- a televisão americana transmite muito menos noticiário internacional do que as TVs finlandesa, dinamarquesa e britânica;
- os programas de notícias da TV americana também relatam muito menos notícias importantes do que as TVs finlandesa ou dinamarquesa.
Surpreendentemente, o relatório informa que “nossa amostragem de jornais americanos estava mais orientada no sentido das notícias importantes do que as contrapartes europeias”. É uma pena que os americanos estejam lendo menos jornais.
5. Executivos e empreendedores com destaque nos noticiários devem trilhões à sociedade
Toda a propaganda em torno do “self-made man”, o empreendedor aventureiro, é uma fantasia. No início dos anos 70, nós, homens brancos privilegiados, fomos conduzidos de nossas faculdade para postos no mercado de trabalho que nos aguardavam nos setores de gestão e finanças; a tecnologia inventava novas maneiras de fazermos dinheiro, os impostos eram baixíssimos e a perspectiva de recebermos bônus e ganhos capitais ocupava nossas mentes.
Enquanto estávamos na faculdade, o Departamento de Defesa preparava a Internet para a Microsoft e a Apple, a Fundação Nacional da Ciência financiava a Digital Library Initiative
Tudo o que criamos por conta própria foi uma atitude desdenhosa, como a de Steve Jobs: “Nunca tivemos vergonha de roubar grandes ideias”.
6. Recursos para escolas e pensões desabam à medida que as empresas deixam de pagar impostos
Três estudos independentes entre si mostraram que as empresas pagam menos da metade do que deveriam pagar em impostos, recurso que serve como principal fonte para o fundo educacional K-12 e como parte significativa do fundo para pensões. Mais recentemente, o relatório “A Base Tributária Corporativa está Desaparecendo” mostrou que a porcentagem dos lucros corporativos paga como imposto de renda ao Estado diminuiu de 7% em 1980 para 3%, atualmente.
7. Empresas sediadas nos EUA pagam a maior parte de seus impostos no exterior
O Citigroup
A Pfizer teve 40% dos seus lucros entre 2011 e 2013 e quase metade de seus ativos físicos nos EUA, mas declarou quase US$10 milhões de prejuízo nos EUA, e, ao mesmo tempo, US$50 bilhões em lucros no exterior.
Em 2013, a Exxon
8. Funcionários de restaurantes não recebem aumento há mais de 30 anos
Uma avaliação feita por Michelle Chen mostrou que o salário mínimo para funcionários que recebem gorjeta é de US$2,00 a hora desde 1980. Ela também observa que 40% destes trabalhadores são pessoas negras, e cerca de dois terços são mulheres.
Texto originalmente publicado em Common Dreams, site independente de notícias que prioriza informações para o bem comum, criado em 1997, nos Estados Unidos. Tradução:Samuel Edição: Pragmatismo Político
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